A advogada Polliana Teixeira, 33 anos, se prepara há cerca de um ano para concursos de magistratura: o sonho dela é ser juíza. Antes da pandemia, Polliana dividia o tempo de estudos com o trabalho num escritório e a pós-graduação em direito público. A crise de covid-19 abalou o emocional e o rimo de aprendizado. “Eu tive uma queda no rendimento nos estudos. Do nada, me vi sem rotina, sem aulas. Demorou mais ou menos um mês para o cursinho se adaptar para ter aulas on-line”, relembra. Nem o PLP nº 39/2020 nem a pandemia, porém, tiram dela a vontade de correr atrás do sonho de passar no Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT), mesmo sem previsão de quando o edital será publicado. “Sei que este período é passageiro. Os concursos virão mais cedo ou mais tarde. Cabe a mim estar preparada para quando o dia chegar!”, diz, confiante.
Graduado em direito, Adalto Mateus, 31, economizou dinheiro trabalhando em escritórios para se manter exclusivamente se preparando para seleções públicas. “Com a grana que eu juntei, decidi ficar em casa por uns dois ou três anos até conseguir me tornar delegado”, conta. Antes de o distanciamento social começar no DF, o concurseiro buscava salas de estudos e bibliotecas para se concentrar e livrar-se de interferências. Isso mudou e Adalto tem novo hábito de preparação no próprio lar.“Eu entrava na sala de estudo às 7h, parava para o almoço e saía às 19h, frequentava a academia e depois voltava para casa. Com esse problema do coronavírus, as salas foram fechadas, e eu tive de adaptar os estudos”, conta. “Mas, em casa, não rendo da mesma forma. Sempre tem alguma coisa para fazer.” Adalto estuda cerca de oito horas por dia, de segunda a sábado.