Trabalho e Formacao

É hora de mostrar serviço



Durante a pandemia, os critérios de análise dos candidatos podem mudar um pouco. As seleções se tornam mais concorridas com o aumento da quantidade de desempregados, o que dá mais opções aos recrutadores. Assim, serão priorizados os trabalhadores que mostrem serviço e autonomia, que deixem claro durante o processo que darão resultado para a empresa. Para o home office, saber usar as novas tecnologias também ajuda.

Maurício Carvalho, cofundador da fintech Husky, que facilita transações internacionais por aplicativo, acredita que o mais importante em um processo seletivo on-line é mostrar produtividade. O tempo de experiência no mercado perde relevância ao lado de um portfólio bem estruturado, um projeto importante feito e a exposição de resultados. “O que avaliamos é se a pessoa vai ter a capacidade de entregar o produto sem gerenciamento presencial e constante, se ela consegue trabalhar com autonomia”, afirma.

Colaboradores e empresas que se relacionam de alguma maneira com a internet tendem a passar por esse momento com mais facilidade. “Muitas pessoas ainda não pegaram o gancho que é o valor que alguns profissionais têm para essas empresas”, diz Maurício. A dica é direcionar o currículo aos setores que estão demandando mais serviço. Advogados, contadores e administradores, por exemplo, têm a chance de mudar o foco de sua habilitação e mirar em firmas de tecnologia. “Profissionais que evoluem com o mercado criam um diferencial para a empresa.”

Trabalho remoto em alta

A maioria das vagas que permanecem abertas é para trabalho remoto. O método já era uma forte tendência para os próximos anos, mas precisou ser aplicado de uma hora para outra em muitas empresas com a necessidade do isolamento social. O fato é que nem todas as empresas ou até mesmo colaboradores estavam preparados para esse formato. O trabalho on-line pede outro tipo de comportamento organizacional.

Alguns aspectos do ambiente presencial perdem a relevância e abrem espaço para novas necessidades. A fintech Husky funciona completamente em home office desde a fundação. Segundo Maurício Carvalho, cofundador do negócio, o trabalho remoto expõe outras variáveis mais importantes do que computar horas. “Existe a necessidade de uma organização prévia, quase um acordo do que vai ser trabalhado. Resta ao empregador confiar na entrega do produto”, afirma o empresário, que analista de sistemas pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo (IFSP).

Além disso, o processo seletivo da Husky é 100% on-line. Nos últimos dias, a companhia contratou três novos funcionários: um especialista de marketing, um diretor de vendas e um engenheiro de software. O processo permite até encontrar perfis fora da região da empresa, que fica em São Paulo. “Eu não conheço pessoalmente nenhum deles. O engenheiro é do Mato Grosso do Sul, tem uma excelente formação e isso que foi determinante”, conta.


"Profissionais que evoluem com o mercado criam um diferencial para a empresa”
Maurício Carvalho, cofundador da fintech Husky