Trabalho e Formacao

Serviço parado

 As pressões na vida da fotógrafa Bruna Yamaguti, 21 anos, aumentaram com a quarentena. Dona da recém-inaugurada agência de fotografia Mayumi, desde que o isolamento foi imposto, ela não consegue nenhum trabalho, o que tem afetado sua saúde mental. A moradora de Taguatinga costumava fazer fotos, vídeos e edição de imagens de ocasiões e motivos variados, por exemplo, como 15 anos, gestantes e ensaios femininos.

“Tenho me sentido muito estagnada. Com o isolamento social, fica praticamente impossível realizar o meu trabalho. Minhas demandas diminuíram 100%, ninguém quer fazer um ensaio fotográfico e, sem eventos, também não posso realizar coberturas”, lamenta. Bruna relata que se sente muito mal por não estar produzindo como deveria. “Tenho medo de o meu trabalho cair no esquecimento, porém, tento me manter positiva e pensar que as coisas melhorarão”, comenta.

“Estou consciente de que tudo que estamos fazendo agora é por um bem muito maior”, pondera. A jovem tem tentado se virar como pode. “Tiro algumas fotos com o que tenho em casa mesmo, com as pessoas que moram comigo para manter as redes sociais do negócio atualizadas e ter visibilidade”, revela. A jovem mora com os pais e a irmã, e, apesar de não ter filhos, tem queixas em relação ao excesso de tarefas do lar.

“Sinto que as atividades domésticas se concentraram muito neste período principalmente sobre mim e minha mãe, que somos mais organizadas e temos certa mania de limpeza”, afirma. “Em tempos normais, nós dividíamos melhor as tarefas entre nós quatro. Agora, eu e minha mãe fazemos praticamente tudo sozinhas”, queixa-se. Bruna ainda reflete que é muito difícil o cenário ser diferente. “Acho que a divisão de tarefas sempre acaba sobrecarregando mais as mulheres, no fim das contas, a menos que a família seja mais ‘desconstruída’ ou tenha mais firme a ideia de divisão igualitária”, reflete.