Trabalho e Formacao

Assistência virtual para mamães

 O cuidado com a mulher durante o período pós-parto é essencial para a saúde. Nesta fase, há uma preocupação em lidar com o estresse, com as emoções e transformações do corpo ao longo da gestação. Esse é o trabalho de Aline França, 36 anos, doula pelo Instituto Mulheres Empoderadas de São Paulo. “O meu principal trabalho é ouvir essa mãe, validar o sentimento dela”, explica.

 Os atendimentos são sempre domiciliares e presenciais. Ou, melhor: eram. Aline está grávida; por isso, para proteger tanto as clientes quanto a si mesma, optou por seguir a recomendação de isolamento e passou a fazer atendimentos on-line, na medida do possível. As sessões de massagem e a laserterapia estão suspensas. Continuam as consultorias de amamentação no formato digital, recomendado pela OMS para esse serviço. 

Também persistem as aulas de dança terapêuticas para mães junto aos bebês e para mulheres, independentemente de serem progenitoras ou não. Antes, elas ocorriam no Espaço Livre Maternagem, na Asa Sul. Agora, isso migrou para o mundo digital. “Cada uma na sua casa, sozinha ou com seu neném por videoconferência”, conta.  O método virtual possibilitou o que antes era inimaginável para Aline: mulheres de todo o mundo praticando a dança terapêutica ensinada por ela. As novas inscritas são da Itália, da Inglaterra, do Canadá e de outras cidades brasileiras, além de Brasília, onde a doula ensinava presencialmente.

Uma das alunas está em quarentena porque está com coronavírus. “Ela poder fazer essa atividade terapêutica, mas, estando contaminada, seria impossível presencialmente”, pontua. Apesar de algumas alunas precisarem abandonar as aulas de dança, o número de inscritas acabou ficando maior do que antes, quando as classes eram presenciais.

O mundo virtual abriu novas possibilidades e Aline pretende manter a metodologia mesmo após o fim do isolamento sanitário. A decisão é a favor das mães que sentem dificuldade de sair de casa com o filho ou que moram longe. Além disso, a doula percebeu que a o trabalho não perdeu a qualidade terapêutica. “É uma coisa que veio com uma necessidade, mas vai ficar porque mostrou que é eficaz também. É um fruto bom”, ressalta.