A expansão do delivery
O sistema de delivery ganhou força nas últimas semanas. Até mesmo aqueles comerciantes que não imaginavam fazer entregas aderiram em razão da crise e não pensam em abandonar tão cedo. Esse é o caso da Banquinha da Heliene, que vende frutas, legumes e verduras no Núcleo Bandeirante. A proprietária, Heliene de Souza, 48 anos, conta que o movimento da banca sempre foi intenso.
As vendas chegavam a somar R$ 800 por dia. A única renda da família, composta por ela, o marido Silvino Pereira, dois filhos e um neto, vem da banca. Com a publicação do decreto do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, que suspendeu as atividades de atendimento ao público em comércios, a feirante conta que passou quase duas semanas sem trabalhar e gerar receita. “Um amigo deu a ideia de fazermos o delivery. Já no primeiro dia, tivemos bom resultado”, relata.
A divulgação do serviço foi feita em grupos de WhatsApp para os clientes mais próximos e, aos poucos, se espalhou. “Não tiramos o mesmo de antes, mas, graças a Deus, estamos bem. Estão saindo umas 30 entregas por dia”, afirma. A filha, Eliane Kelly Souza, 30, está dispensada do trabalho e usa o tempo livre para ajudar a mãe. Ela recebe o pedido dos clientes e fica encarregada por selecionar os produtos e colocar na bandeja.
As entregas ficam por conta de Heliene e Silvino, que rodam o Distrito Federal quase inteiro, cobrando taxa com valor equivalente a distância. O momento exige cuidados. A equipe familiar trabalha o tempo inteiro com máscaras caseiras, mantém o distanciamento necessário e não faz contato físico direto com a filha quando busca as bandejas. O casal coloca a entrega na porta dos clientes.
Para depois que a crise do coronavírus passar, Heliene pretende continuar com o sistema de entrega. O delivery estará presente quando o comércio voltar a abrir. “Será uma renda extra”, justifica a filha, Eliane Kelly. “Os clientes sempre elogiam a qualidade dos nossos produtos. Então, acredito que já se tornaram fixos”, completa.