Segundo o delegado, os hackers invadiam o sistema da Fundação para alterar a nota dos candidatos na prova da segunda fase. Assim, o nome do candidato era colocado na lista de aprovados. "Com a colaboração da FGV e da OAB, conseguimos sucesso na identificação desse empreitada criminosa. Para isso, era necessário que os candidatos fossem aprovados na 1; fase e, assim, era possível fazer a mudança na nota para o valor mínimo de aprovação no exame", contou. Até o momento, a PF identificou dois advogados aprovados no exame da OAB por meio de fraude, mas a PF não revelou os nomes dos suspeitos por causa do sigilo judicial.
A Polícia Federal também esclareceu que até o momento não há confirmação sobre envolvimento de funcionários da FGV. Sobre fraudes em outros processos seletivos públicos, o delegado Luiz Roberto revelou que as investigações ainda não foram concluídas, mas há indícios. "Não posso indicar quais são as instituições envolvidas, porque a operação ainda depende de cumprimento de sentença de busca e apreensão, do espelhamento das mídias para poder ter a confirmação de que houve efetivamente fraude em concursos públicos".
Em nota, a Coordenação Nacional do Exame de Ordem Unificado da OAB informou que já solicitou informações da Polícia Federal sobre os autos e resultados da operação que identificou ataque cibernético ao sistema da Fundação Getúlio Vargas, empresa contratada para a aplicação do Exame de Ordem, e que tomará todas as medidas cabíveis. "A Ordem vem colaborando com a Polícia Federal na investigação, desde setembro de 2018, para que houvesse o desfecho exitoso que aconteceu no dia de hoje", informou.
A Fundação Getulio Vargas também se manifestou em nota sobre a Operação Singular: "A apuração, pela Polícia Federal, de tentativa de fraude cibernética em um dos exames da Ordem dos Advogados do Brasil tem sido realizada, desde o início, com ajuda e participação da FGV nas investigações, tudo com o necessário sigilo para se alcançar o êxito da operação executada nesta data, desbaratando quadrilha de hackers que atuava, principalmente, na tentativa de invasão de bancos de dados de instituições financeiras."
Ouça o áudio da entrevista coletiva na íntegra.
Estagiária sob a supervisão da editora Ana Sá*