Há um ano e meio, Marcella de Freitas, 28 anos, resolveu usar a paixão que tem por animais para driblar o desemprego. Nascia assim o Cerrado Pet. Foi quando passou a dar banho em cães em domicílio. ;Eu fazia no banheiro, no tanque, no espaço que a pessoa tivesse;, conta. Há um ano, passou a contar com mais condições e conforto, ao começar a circular em um carro adaptado, equipado para banho e tosa sobre rodas. ;Comprei uma Towner só na caçamba. Levei num monte de gente até deixar do jeito que eu queria. Só ficou pronta depois de uns quatro meses;, relata. Foram gastos mais de R$ 35 mil para deixar o veículo pronto. ;Tenho todos os equipamentos de um pet shop e até a água no carro;, revela.
;O que mais mudou para mim é a questão do tempo, da praticidade e do conforto. O carro é feito para isso, a bancada é própria para a minha altura: passo o dia em pé e fico ótima. Atuando na casa dos clientes, eu terminava o dia detonada;, compara. Para concretizar o projeto, Marcella pegou um empréstimo e contou com a ajuda do namorado, o administrador Léssio Júnior, 31, sócio financeiro do negócio. ;O investimento ainda não se pagou, mas vai se pagar este ano. Estou muito satisfeita, graças a Deus. Ainda mais que é algo que eu amo fazer. E, para trabalhar com cachorro, você tem que gostar;, diz. ;É preciso ter paciência. Se você fica nervoso, deixa o cachorro nervoso também.; Marcella se profissionalizou para trabalhar na área: fez um curso de banho e tosa. Ela atua com agendamento e estaciona o pet-shop móvel perto da residência do cliente. ;No começo, eu atendia em todo o DF. Agora, a minha rota é Asa Sul, Asa Norte e Águas Claras.;
Realização
Por dia, ela atende cerca de oito cães. A maioria dos clientes fecha pacotes mensais, com valores entre R$ 150 e R$ 170 (dependendo do tamanho do animal), que incluem quatro banhos, uma tosa e uma hidratação. O trabalho itinerante com pets exige jogo de cintura. ;Já levei mordida; O carro já parou de funcionar. Mas você tem que resolver, dar um jeito;, observa Marcella, que só atende cães de pequeno porte, e alguns médios. ;Meu espaço é como um pet shop, só que menor: não dá para fixar a guia do cachorro tão bem quanto numa loja. Então, percebo que alguns cães não se adaptam mesmo e recuso, por minha segurança e a do próprio cachorro;, explica. Apesar dos desafios, Marcella não poderia estar mais contente.
;Já trabalhei com muita coisa na vida. A profissão em que estou agora é a que eu mais me canso, mas a que mais me dá alegria;, afirma ela, que atuou como secretária, funcionária de RH, administradora de um bar de caraoquê, vendedora de roupas, de sapatos e de cursos de inglês. ;Eu me encontrei;, comemora. ;Gosto muito. Não tem ninguém me perturbando. Fico só eu e o cachorro. O tempo passa muito rápido;, diz. A microempreendedora individual também celebra o fato de trabalhar para si mesma.
Ela tem um filho de 10 anos que, aos fins de semana, gosta de acompanhá-la no trabalho. A goianiense que mora em Brasília há 20 anos conseguiu o primeiro freguês após fazer um anúncio no site de comércio eletrônico OLX. ;E ele está comigo até hoje;, comemora. Atualmente, porém, a maior parte dos clientes procura Marcella por indicação. ;O boca a boca é a principal fonte e é muito bom porque as pessoas precisam de alguém de confiança para esse tipo de trabalho, principalmente quando se entra na casa do cliente. Mesmo hoje, muitas vezes, eu entro, pego o cachorro, levo para o meu carro e trago de volta;, explica. ;Eu também entrego panfleto e divulgo meu trabalho no Facebook e no Instagram;, conta.
Saiba mais
99164-7633 / @cerradopet