Aberto há pouco mais de um mês, o Studio Glam, no Lago Sul, já recebeu mais de 300 clientes. O número é alto para um negócio que acabou de começar, mas é impulsionado pelos longos anos de experiência das proprietárias em outros estabelecimentos. A maquiadora e micropigmentadora Jaldilene Rodrigues, 36 anos; a designer de unhas Marcy Érika Nascimento, 40; e a maquiadora e designer de sobrancelhas Thayze de Oliveira, 39, se conheceram trabalhando no tradicional salão de beleza Helio; compartilharam experiências em outras casas, até se unirem para realizar o sonho de abrir o próprio negócio, na QI 9 do Lago Sul. ;A gente tem uma clientela que segue a gente aonde formos, já há um tempo;, explica Jaldilene, sobre o movimento.
Essa fidelidade, acreditam as sócias, é fruto de trabalho bem-feito e, claro, carinho e amizade com as clientes. ;Tem a ver com a qualidade do serviço, claro, mas com empatia também;, indica Marcy. Freguesas como Fernanda Alencar, 42 anos, são só elogios para as novas empreendedoras. Ela mora no Sudoeste, mas faz questão de ir ao Lago Sul para aproveitar os serviços de Jaldilene, Marcy e Thayze. ;Acho que sou cliente delas há pelo menos uns cinco anos. Não tive nem dúvida: na hora em que disseram que abririam um salão, eu já tinha certeza de que as seguiria;, diz. ;Elas são excelentes, ótimas profissionais e são maravilhosas. Também fiquei amiga delas. Tenho agenda fixa, venho toda semana e não abro mão;, elogia. ;Fiquei muito feliz pelo salão delas. Achei o espaço superbonitinho e agradável.;
Sonho realizado
Apesar do reconhecimento entre as clientes, até hoje, às vezes, as sócias quase não acreditam que conseguiram abrir um salão próprio. ;A gente brincava que, um dia, teríamos o nosso próprio espaço. E aconteceu;, comemora Marcy. ;Estamos muito felizes, mas a ficha ainda não caiu. Eu nem falo que sou dona, eu me vejo como uma colaboradora, porque temos que continuar com os pés no chão;, diz. ;A gente tinha vontade, mas não tinha se preparado. Não contávamos com reserva, nem equipamento, mas Deus foi abrindo as portas;, acredita Jaldilene.
;Já tínhamos certeza de que a clientela viria; foi o primeiro passo;, conta. Thayze ficou viúva no ano passado e estava com vontade de abrir algo próprio. Então, quando as amigas a convidaram para o negócio, a combinação foi certeira. ;Deu um pouco de medo, mas tomamos cuidado, temos um contador para cuidar das finanças. Vamos aprendendo fazendo;, diz Thayze. ;Existe uma satisfação de trabalhar para você mesmo. É uma sensação de liberdade. É muito diferente ser dono de um salão seu mesmo. E estamos tendo um retorno muito bom;, aponta. Além das sócias, o trio conta com outros três colaboradores que trabalham no regime de parceria.
Nosso mestre
O trio guarda muita gratidão pela figura de Helio Nakanishi, que é referência em beleza na capital federal. Jaldilene passou 13 anos trabalhando no salão dele. Marcy acumulou seis anos tendo Helio como mestre. ;Eu sou o que sou hoje por causa dele;, afirma, com lágrimas nos olhos e a voz embargada. ;Ali, você aprende muito. Eu entrei e aproveitei todas as oportunidades que ele me deu. Mas, para crescer, chega uma hora que você precisa sair;, diz Marcy. ;Ser dono do seu, às vezes, é muito cansativo, mas você tem mais liberdade;, comenta.
Histórico
O trabalho de Marcy na área começou cedo. ;Sou manicure desde os 8 anos e, apesar de ser de Brasília, morei muito tempo em Anápolis. Quando voltei para o DF, tentei trabalhar de doméstica, mas não consegui por falta de referência. E eu queria trabalhar para rico;, brinca. Com a ajuda de um conhecido, ela conseguiu emprego num salão de beleza na 314 Norte. ;Eu fazia a unha das clientes, elas gostavam tanto que já ficavam loucas querendo voltar. Assim, dentro de pouco mais de um mês, eu já tinha uma cartela fiel. Quando saí de lá, elas me seguiram para o próximo salão aonde eu fosse;, conta.
A partir da rede de contatos construída entre salões, Marcy conseguiu um emprego no protocolo da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Foi lá que ela ouviu falar do profissional de beleza que se tornou referência para ela. ;Quando dava horário de almoço, as diretoras saíam correndo e diziam ;estou indo ali no Helio;, para fazer uma escova, uma unha. Então, fiquei encucada e curiosa para procurar esse salão;, diz. Um dia, ela viu um anúncio de emprego para manicure no Correio Braziliense. ;Chegando lá para o teste, eu não me aguentei e, quando o vi, perguntei: ;quer dizer você que é o tal de Helio?; Ele gostou do meu jeito e me contratou;, lembra.
Jaldilene veio do Maranhão para Brasília, aos 13 anos, morar com uma tia. ;Aos 15, engravidei. Para trabalhar, fiz um curso de manicure, com uma profissional que trabalhava no Helio. E sempre ouvia falar bem dele, de como era maravilhoso. Então, nutri o desejo de trabalhar lá;, conta. ;Aos 18, comecei a trabalhar lá.; Jaldilene entrou como manicure, mas, fazendo uma série de cursos devido ao emprego, migrou para outras atividades: maquiagem, sobrancelha, aplicação de cílios. ;Tem salão que, se você entra numa área, vai morrer nela. Lá no Helio, não. Se ele vê que você tem vontade, te dá possibilidade de fazer outras coisas;, comenta.
No salão do Helio, Thayze se especializou em maquiagem e sobrancelha. Ela se mudou para Paracatu (MG) na infância depois que a mãe morreu, retornando aos 18 anos. Ela chegou a trabalhar como secretária imobiliária, mas, na adolescência, tinha feito o curso de designer de unhas. ;Aqui em Brasília, resolvi investir nisso de verdade, ir trabalhar. Em um salão, conheci uma moça que me incentivou a trabalhar no Helio, onde fiquei por quase 17 anos;, conta. Lá, ela começou como manicure, depois, fez cursos de maquiagem, cabelo, até deixar as unhas e focar na maquiagem.
Saiba mais
Studio Glam: 3532-8165