Jornal Correio Braziliense

Trabalho e Formacao

OEI lança nova edição de prêmio de educação em direitos humanos

Instituições de ensino e da sociedade civil que realizem projetos nesse sentido podem participar

A Organização dos Estados Ibero-Americanos (OEI) e a Fundação SM lançaram a etapa nacional da terceira edição do Prêmio Internacional de Educação em Direitos Humanos Óscar Arnulfo Romero.

A iniciativa tem como objetivo reconhecer o trabalho de instituições de ensino e organizações da sociedade civil (OSC) com programas que promovem direito à educação, à convivência na escola, à paz, às liberdades, à inclusão e aos direitos humanos.


Além do Brasil, outros 20 países da Ibero-América podem participar. São eles: Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, El Salvador, Espanha, Guatemala, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, Porto Rico, Portugal, República Dominicana e Uruguai.

O diretor nacional da OEI no Brasil, Raphael Callou, explica a intenção do concurso. "O prêmio reconhece e divulga, no âmbito da Ibero-América, iniciativas exitosas de cidadania", conta. "Por meio das etapas nacionais, promove essas experiências junto aos atores locais. Dessa forma, contribui para a redução das desigualdades e para o enfrentamento de manifestações de preconceito e de todas as formas de discriminação", acrescenta.

A primeira premiada

Gina Vieira, professora de português da Secretaria de Educação, venceu a primeira edição do prêmio, em 2015. Até hoje, ela comemora a conquista, que veio graças ao projeto Mulheres Inspiradoras, iniciado no Centro de Ensino Fundamental (CEF) 12 de Ceilândia, em 2014. A proposta trabalha políticas de valorização de processos autorais em leitura e escrita na rede pública de ensino do Distrito Federal. ;Foi uma experiência ímpar, sobretudo porque é um reconhecimento internacional de algo que vem sendo construindo há anos, alinhado a essa ideia de que a educação tem o poder de gerar transformação social. Além disso, a educação precisa ser instrumento de fortalecimento da democracia;, defende a professora.
A professora deixa orientações para quem pretende se inscrever na mais nova edição do concurso da OEI. ;Ler atentamente o edital é fundamental. É importante também que o trabalho a ser feito esteja alinhado à ideia de defesa da educação e dos direitos humanos. Além disso, recomendo a leitura das Diretrizes Nacionais de Educação em Direitos Humanos. Por fim, faça o registro daquilo que está sendo construído porque é fundamental que haja elementos que comprovem que aquele projeto aconteceu;, observa.

O objetivo principal do projeto Mulheres Inspiradoras era estimular o interesse dos alunos pela leitura e escrita por meio da análise de obras escritas por mulheres. Os temas abordados eram a violência, o racismo, o protagonismo e advocacy, a diversidade, a igualdade de gênero ou a representação feminina.

As inscrições e as etapas

As inscrições começam nesta quarta-feira (20) e vão até 7 de maio pelo email: brasil@premioddhhoscararnulfo.org. Para mais informações sobre as inscrições, acesse o PDF.

As candidaturas podem ser feitas em duas categorias:

Categoria A - Instituições de ensino
Categoria B - Organizações da sociedade civil e da promoção de educação informal

Nacionalmente, serão escolhidas duas experiências vencedoras, uma de cada categoria. O júri é formado por técnicos da OEI e da Fundação SM, além de representantes do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed) e da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) e especialistas na área de educação em direitos humanos.

Dois finalistas ibero-americanos de ambas as categorias serão selecionados para a fase internacional do prêmio, que deve ocorrer até setembro. Os premiados receberão US$ 5 mil para investimento nas iniciativas apresentadas no concurso, e a entrega do prêmio deve ocorrer no último trimestre do ano.

Saiba mais

Óscar Arnulfo Romero, Monsenhor Romero, que dá nome ao prêmio da OEI, foi um sacerdote de El Salvador e defensor dos direitos humanos. Foi assassinado no dia 24 de março de 1980 durante a celebração de uma missa. O fato pode ter sido um dos motivos que desencadeou uma guerra civil no país, a qual durou 12 anos e terminou com mais de 100 mil mortos. Em outubro do ano passado, ele foi canonizado.
*Estagiárias sob a supervisão da subeditora Ana Paula Lisboa