O Ministério da Saúde e a Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS), em parceria com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), selecionam integrantes para a 15; turma do Programa Treinamento em Epidemiologia Aplicada aos Serviços do Sistema Único de Saúde (EpiSUS). O processo seletivo para pesquisador conta com 12 vagas, com bolsa de R$ 5 mil. As chances são destinadas a dois tipos de perfil. O primeiro é formado por graduados em biologia, biomedicina, educação física, enfermagem, farmácia, fisioterapia, fonoaudiologia, medicina, medicina veterinária, nutrição, odontologia, psicologia, saúde coletiva, saúde pública, gestão em saúde pública ou coletiva, e terapia ocupacional. O segundo exige nível superior.
Os candidatos do primeiro perfil precisam ter pós-graduação (qualquer nível) e pelo menos um ano de experiência profissional em uma ou mais das seguintes áreas: doenças infecciosas e parasitárias, epidemiologia, infecção hospitalar, infectologia, medicina preventiva e social, medicina comunitária, medicina sanitária, medicina tropical, saúde coletiva, saúde pública, saúde da família, saúde do trabalhador, vigilância em saúde, vigilância em saúde ambiental, vigilância epidemiológica, vigilância hospitalar e vigilância sanitária. Já os integrantes do segundo perfil precisam ter doutorado concluído e, pelo menos, um ano de experiência nessas mesmas áreas. O programa exige dois anos de atividades presenciais e dedicação exclusiva, não permitindo a conciliação com outras atividades de trabalho ou cursos acadêmicos.
O curso será em Brasília, mas os selecionados devem estar disponíveis para atividades em qualquer lugar do Brasil ou exterior, se necessário. O EpiSUS é um programa para treinamento em epidemiologia, ramo da medicina que estuda os diferentes fatores que influenciam a propagação de doenças. Os integrantes da turma desenvolverão capacidade técnico-científica para colaborar na resolução de problemas de saúde pública, ajudar na resposta às emergências, principalmente em investigações de surtos; e contribuir para difundir o conhecimento obtido por meio da comunicação científica escrita e oral. Os inscritos já passaram por duas etapas: as inscrições e análise curricular. Nesta semana, os concorrentes precisarão passar pela terceira e última etapa, que começa amanhã (1;) e vai até quinta-feira (4), composta por provas de conhecimentos específicos, entrevistas individuais e participação em atividades em grupos.
Reta final
Na última fase, os pré-selecionados passarão por uma maratona de testes diários, começando às 8h30. As partes do exame são: 1) prova objetiva individual de conhecimentos em saúde pública; 2) prova de compreensão de texto científico em saúde pública na língua portuguesa; 3) prova de compreensão de texto científico em saúde pública na língua inglesa; 4) teste prático de informática em computador da organização da seleção com uso de programas de elaboração e edição de textos, planilhas de dados, apresentações expositivas e navegadores de internet; 5) avaliação oral com arguição do candidato abordando conhecimentos gerais sobre o treinamento, motivação para participar, habilidades para a resolução de problemas por meio da apresentação de situações da área de atuação; 6) atividades em grupo que compreendem planejamento, coleta, execução de tarefas, análise de dados, e/ou preparação de apresentação; 7) entrevista final sobre a experiência vivenciada durante o processo de seleção. Contarão pontos a pontualidade e a frequência durante os quatro dias de atividades. O resultado do processo seletivo deve ser divulgado logo após o término da última fase, na sexta-feira (5).
Dicas certeiras
Para conseguir bom desempenho na maratona de exames da última fase da seleção, tem importância o domínio dos conhecimentos específicos, mas também estratégias que permitam resolver as questões a tempo. O professor de inglês do Estratégia QConcursos Roberto Witte observa que, em geral, administrar o período disponível para resolver a prova é uma das grandes dificuldades dos candidatos. ;Qualquer exame público é feito para não dar tempo de fazer a prova. Ao pegar o caderno de questões, leia o título do texto para ter uma ideia do assunto; depois, concentre-se nos enunciados dos itens porque pode haver perguntas de acordo com uma parte x do artigo. Então, ler pensando nisso poupa tempo;, ensina. ;O ideal é que a pessoa já tenha tido contato com publicações científicas e termos de epidemiologia em inglês. É possível acessar esse tipo de material procurando na internet;, diz.
Para a interpretação dos textos científicos em português, a professora Ana Carolina Machado, do QConcursos, chama a atenção para o fato de essas obras serem mais objetivas. ;O candidato não precisará fazer uma interpretação na hora da prova. As questões vão tratar das respostas que estão no artigo e não nas entrelinhas. E para que as informações essenciais possam ser encontradas com clareza, Ana Carolina diz que o importante é exercitar a prática lendo publicações do mesmo teor pedido nas regras da seleção. Em consonância com a professora Ana Carolina, o professor de gramática do Gran Cursos Online Elias Santana afirma que, nesta reta final, é preciso ler textos científicos com conteúdos da área-fim do exame. ;O que a banca quer avaliar é a aptidão do candidato a textos específicos de determinada área. Ou seja, a aquisição de vocabulários do campo da saúde e da epidemiologia;, observa Elias.
No assunto saúde pública, a professora de enfermagem do QConcursos, Tatiane da Silva Campos, explica que a literatura cobrada no certame é bem particular. Ela recomenda a leitura da Lei do SUS. ;Lendo a legislação e resolvendo algumas questões, parta para os manuais do Ministério da Saúde sobre processo de saúde e doença. Outra dica é visualizar livros de epidemiologia como Rouquayrol Epidemiologia & Saúde (autores: Maria Zélia Rouquaryol e Marcelo Gurgel; editora: Med Book; 744 páginas; R$ 316);, indica. Como as provas já começam amanhã, Tatiane também ressalta a importância de se tranquilizar. ;Gosto de orientar ao aluno para descansar! E organizar os pensamentos! Porque não há tempo hábil para aprender conteúdos. Então, sugiro que a pessoa leia o que já estudou para relembrar e faça algo de que goste para relaxar;, recomenda.
Passe bem / Saúde pública
No que se refere à organização, direção e gestão do Sistema Único de Saúde, a Lei n; 8.080/90 dispõe o seguinte:
a) A direção do Sistema Único de Saúde (SUS) é múltipla, regionalizada e hierarquizada em níveis de complexidade decrescente.
b) O Sistema Único de Saúde, no nível federal, poderá organizar-se em distritos com fins de cobertura de específicas ações de saúde.
c) As comissões intersetoriais, no âmbito municipal, são subordinadas a entidades da sociedade civil, para articulação de programas de saúde.
d) Os municípios poderão constituir consórcios para desenvolver, em conjunto, as ações e os serviços de saúde que lhes correspondam.
Comentário:
Seguindo a referida lei, o aluno deve ser capaz de distinguir o funcionamento do serviço de saúde e saber que os municípios podem construir consórcios para atender melhor a população e, assim, suprir as necessidades em saúde após a elaboração de um diagnóstico das necessidades epidemiológicas da região. O aluno deve entender a perspectiva de regimento do SUS para que possa compreender e subsidiar a atenção na execução do trabalho
Questão retirada de concurso para a Assembleia Legislativa de Roraima (AL/RR), promovido pela Funrio em 2018, para o cargo de enfermeiro, comentada pela professora Ana Carolina Machado
Gabarito: letra D
O que diz o edital
Processo seletivo do Ministério da Saúde e da Secretaria de Vigilância em Saúde para o Programa Treinamento em Epidemiologia Aplicada aos Serviços do Sistema Único de Saúde (EpiSUS)
Inscrições: encerradas; confira o edital em bit.ly/editalepisus2018
Salário: R$ 5 mil
Vagas: 12
Cargo: pesquisador
Escolaridade: superior com pós-graduação
Provas: de amanhã (1;) a quinta (4)
Local de prova: Brasília
*Estagiária sob a supervisão da subeditora Ana Paula Lisboa