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;Mineiro é muito exagerado, gosta de fartura. Já cheguei a cozinhar em grande quantidade: por exemplo, teve batizado ou crisma na igreja, e o almoço ficou por minha conta;, relata Rose, que prefere não revelar a idade. ;É esse mesmo jeito caseiro e mineiro;, explica ela, ;que aplicamos no restaurante; então, é tudo muito simples, é comida de casa.; Por esse mesmo motivo, no início, Rose teve receio de que o projeto não desse certo. ;Eu estava com muito medo. Todo mundo que conhecemos ficou muito empolgado com a ideia, mas eu fiquei bem temerosa;, diz. ;Afinal, era um investimento alto e um risco. ;Essa é a comida de que a gente gosta, mas será que o público vai gostar?;, eu me perguntava.; O sabor mineiro, no entanto, tem conquistado a clientela.
Esforço recompensado
;Eu estou satisfeita com o resultado, me surpreendi. Recebemos muitos elogios. As pessoas gostam justamente por ser esse temperinho de casa, a nossa comidinha;, comemora Rose. ;Antes de abrir o restaurante, ouvi que esse tipo de empresa costuma levar de um ano e meio a dois anos para se firmar. Completamos um ano na última quarta-feira (1;) e o negócio já está sustentável;, celebra Dênio. ;Estamos numa curva ascendente, notamos crescimento a cada mês. Ainda não temos lucro, mas faço retiradas mensais porque essa é a única fonte de renda da nossa família;, explica. Os avanços são fruto de muita dedicação, necessária para vencer o desafio de empreender sem grandes reservas financeiras. ;Acabei usando ainda valores de amigos e parentes para me ajudar nesse início;, afirma. ;O grande desafio era a parte financeira. A gente começou com a cara e a coragem, sem capital de giro. Então, é gratificante ver que a empresa está crescendo e está indo bem, graças a Deus;, completa Rose. O movimento é motivado pelo boca a boca. ;Quem vem aqui volta e indica para outras pessoas;, acrescenta.
O bistrô tem 68 lugares e, em alguns momentos de maior movimento, há até fila de espera. E não é para menos! Apesar de os proprietários não terem inovado nas receitas (que são de família), modernizaram a maneira de se apreciar receitas como feijão tropeiro, tutu de feijão, costelinha de porco, pernil suíno, fígado acebolado, couve com alho; Trata-se de um restaurante mineiro diferente dos outros que existem por aí. Em geral, as casas que servem comida mineira o fazem no estilo bufê ou self-service. O Minas Bistrô, porém, funciona à la carte e com porções individuais. E o melhor: cada preparação vem em lindas panelinhas, que lembram as usadas por crianças do interior para brincar de ;cozinhadinha;. O café é coado na hora, na frente do cliente. O cardápio traz opções de carne, e a pessoa pode escolher três acompanhamentos da comida mineira, além da salada, que é inclusa. Cada prato sai por cerca de R$ 30. Tudo é feito com banha. ;Mas tendo o cuidado de não colocar muito para não ficar indigesto.;
Estabilização
Dênio e Rose alugaram uma loja no Sudoeste em março do ano passado. A partir daí, foi necessário reformá-la para deixar o espaço com a cara que eles queriam. Em julho, eles começaram a abrir apenas à noite, mais como teste. A inauguração definitiva foi em 1; de agosto. Um passo essencial para permitir o funcionamento da casa foi a contratação de mão de obra. ;Coloquei um anúncio nos Classificados do Correio Braziliense num fim de semana. Achei que receberia de 100 a 200 currículos, mas, para minha surpresa, foram 3.600!”, conta Dênio. O casal chegou a entrevistar cerca de 90 candidatos para selecionar os oito que trabalham no local. No começo, Rose definiu todo o cardápio e treinou a equipe para cozinhar de acordo com as receitas e o tempero da família. ;Foi um pouco difícil o pessoal pegar nosso jeito mineiro, mas, hoje, todos estão bem treinados;, percebe ela.
O casal tem dois filhos: Marcelo de Pinho Pinto, 15, e Murilo de Pinho Pinto, 23. O mais novo ajuda os pais no caixa aos domingos. O mais velho tem paralisia cerebral e é cadeirante; então, Rose fica bastante em casa para prestar assistência a ele. Mesmo assim, ela não deixa de contribuir com a cozinha. ;A linguiça artesanal que servimos sou eu quem faço em casa. A carne de lata, também. Mas sempre que é preciso e posso, vou ao restaurante. E, quando vou, é para pôr a mão na massa na cozinha.; Essa é, inclusive, a parte do trabalho de que ela mais gosta. ;Eu adoro cozinhar. Eu não gosto de ficar na frente da loja de bobeira. Meu negócio é cozinha;, brinca. Quando Rose não está por lá, é Dênio quem supervisiona a produção gastronômica. ;Estou sempre falando, pedindo para ajustarem algo;, comenta ele.
Saiba mais
Minas Bistrô
CLSW 300B, Bloco I, Lojas 20 e 21, Sudoeste.