O vestibular de 2018 da Universidade de Brasília (UnB) teve mais de 15 mil inscritos concorrendo a 2.105 vagas em 98 cursos, espalhados pelos quatro câmpus da instituição. Conquistar uma oportunidade já é uma vitória. Imagine, então, passar com louvor, entre os primeiros colocados da seleção. Foi o que conseguiram Fabrício, Caio, Camila, Bianka e Gabriel, jovens do Distrito Federal que conquistaram o topo do pódio do vestibular da UnB. Confira o que está por trás dessas notas de sucesso.
1; lugar do Darcy Ribeiro
Argumento: 511,735 pontos
O primeiro colocado do maior câmpus da UnB neste vestibular é Fabrício Costa de Faro Campos, 18 anos, aprovado para medicina. Morador do Setor Habitacional Taquari, ele diz que conseguiu a vitória à base de muito esforço e persistência. ;Eu sempre quis medicina e sabia que, uma hora, passaria;, afirma. Essa foi a segunda vez que Fabrício tentou o vestibular da UnB. Além disso, ele também concorreu por meio do Programa de Avaliação Seriada (PAS) e do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), a partir da nota do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
Ele prestou vestibular ainda para outras três universidades: Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Universidade Estadual de São Paulo (Unesp) e Universidade Federal do Paraná (UFPR). Segundo Fabrício, o teste da UnB neste ano estava diferente. ;A prova do primeiro dia foi diferente, estava mais interpretativa. No segundo dia, achei bem tranquilo;, explica. Fabrício estudou no Centro Educacional Sigma e também nos cursinhos Olimpo e Único. O jovem decidiu que queria cursar medicina quando estava no ensino médio. Antes disso, porém, ele já sabia que queria trabalhar com saúde e pesquisa. Depois de terminar o ensino médio, em 2016, a rotina do estudante se tornou intensa, tendo aulas vespertinas em cursinho e estudando cinco horas por dia de manhã, totalizando 11 horas por dia. Apesar disso, havia equilíbrio no dia a dia: à noite, ele descansava, buscando conciliar o estudo com a diversão, para não se sobrecarregar.
;Sempre reservei o horário da noite para ler um livro ou assistir a um filme. Esse momento era primordial;, diz. Fabrício aponta o apoio de pessoas queridas como o fator mais importante para conseguir a aprovação no vestibular. ;Com certeza, o apoio que recebi dos meus pais e dos amigos foi essencial para eu ser aprovado;, diz. ;Eles sempre acreditaram em mim, tinham convicção de que eu passaria e, agora, estão mais felizes que eu;, percebe. Fabrício está feliz por saber que cursará a graduação dos sonhos e está ansioso para o começo das aulas. A dica que ele deixa para vestibulandos que não passaram dessa vez é: ;Tenha foco e persistência, nunca desista dos seu sonho;.
2; lugar do Darcy Ribeiro
Argumento: 493,535 pontos
;Eu só tive dois meses para estudar, não acreditava que passaria. Mas eu me dediquei: estudava o dia todo, também fazia algo útil como ler um livro, até de madrugada, cerca de 10 horas, e, agora, estou ansioso pelo início do semestre;, relata. Caio sempre foi um bom aluno, lembrando que sempre teve as notas mais altas nos simulados da escola. Ele terminou o ensino médio no Centro Educacional Sigma da Asa Sul no ano passado e fez cursinho no Exatas. Os pais do jovem confiavam que ele seria aprovado em medicina porque sempre acreditaram no potencial do filho. ;Ainda não falei com a minha mãe sobre a conquista de ter passado em segundo lugar no câmpus Darcy Ribeiro, mas ela já sabe que eu passei e tenho certeza que está feliz porque sempre foi muito envolvida com a minha vida acadêmica;, comenta o morador do Sudoeste. O calouro de medicina comemorará o ingresso na UnB com amigos, parentes e uma visita ao bar Por do Sol, na 409 Norte.
3; lugar do Darcy Ribeiro
Argumento: 490,125 pontos
;Depois daquele passeio, eu me apaixonei mais pelo curso e tive certeza do que eu queria;, lembra ela, que finalizou o ensino médio em 2015. A rotina diária era pesada, dedicando a maior parte do tempo aos estudos. Pela manhã, ela frequentava o cursinho. No período da tarde, das 15h às 22h, estudava em casa. ;Muitas vezes, eu abria mão de me divertir;, diz. No tempo que tinha livre, a estudante ia ao cinema e praticava atividades ao ar livre. A estudante se sente realizada e pretende ser pediatra. ;Não sei nem o que dizer, estou me sentindo muito feliz por realizar o objetivo.; Camila sabia da dificuldade que envolve passar num curso de medicina, então sempre foi estudiosa, desde criança. ;Quem tem o sonho de ser médico e sabe que é isso que quer deve continuar estudando e persistindo. Jamais deixe ninguém desacreditar dos seus sonhos;, ensina.
1; lugar de Ceilândia
Argumento: 300,375 pontos
A influência do ambiente em que cresceu, já que os pais tem uma farmácia, e a identificação com os números fizeram Bianka apostar em outra carreira. ;Tenho mais facilidade com a área de exatas. Esse curso era uma possibilidade também. Vou assumir a vaga. Não pretendo trocar;, assegura. A estudante terminou a educação básica no Centro Educacional Católica de Brasília e conta que o mais difícil na prova não foram os conteúdos, mas administrar a ansiedade. ;A pressão foi o mais complicado. Era uma questão mais psicológica;, relata. Antes de ser aprovada, ela fez três vestibulares, mas achou este mais fácil pelo nível de conteúdo que acumulou. Para Bianka, que estudava durante os três períodos do dia, o segredo da aprovação é dedicar um tempo mínimo aos livros. ;É preciso estudar ao menos cinco horas por dia, fazer muitos exercícios e simulados, além de resolver provas anteriores;, orienta.
1; lugar do Gama
Argumento: 305,340 pontos
Por estar na metade do último ano, o estudante fez o vestibular como experiência e se surpreendeu com a ótima colocação. ;Eu esperava passar, mas em primeiro lugar do câmpus Gama foi uma surpresa;, conta. A aprovação veio após uma prova que ele considerou difícil pelo tempo dado para solucionar as questões, sobretudo na parte de matemática. ;Faltava pouco tempo para resolver muitos itens com cálculos;, aponta. Filho de uma professora universitária de português e de um coordenador de serviços, Gabriel se destaca em matemática e física. Sempre muito estudioso, ele conta que duas etapas na vida escolar foram fundamentais para colher bons resultados. ;A partir do 8; ano do ensino fundamental, eu tive um suporte maior para estudar essas áreas de que gosto, mas a verdadeira mudança foi no meio do 2; ano do ensino médio, quando percebi que o tempo para as provas estava se aproximando e precisava estudar com mais foco;, lembra.
Averso a rotinas engessadas de estudos, o estudante tentava variar os períodos de dedicação de acordo com o cansaço. ;Eu estudo até ficar esgotado, depois paro e vou fazer outras coisas.; Gabriel concentrava esforços na resolução de exercícios, porque assim conseguia aprender a matéria e traçar estratégias para melhorar nos conteúdos em que não estava indo tão bem. Adepto dos exercícios físicos, ele descansava a mente praticando esportes, principalmente o futebol. ;Eu gosto muito de jogar futebol e videogame e de ver filmes. Variava entre eles;, conta. A fórmula para a aprovação, segundo ele, é prestar atenção às aulas e anotar o que os professores falam. ;Manter uma rotina de estudos é importante, mas as pessoas não devem se ater a essas amarras que as escolas colocam. Cada pessoa é diferente. Tem de trabalhar em cima das dificuldades pessoais;, orienta.
*Estagiários sob a supervisão da subeditora Ana Paula Lisboa