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A Akemi Cupcakes existe há seis anos. Um tempo e tanto se considerarmos que a dona e fundadora da empresa, Luísa Akemi, tem apenas 20. A jovem brasiliense passou a preparar bolinhos para vender na escola aos 14. ;Eu estava na 8; série e queria ganhar meu dinheiro. Comecei com sanduíches, mas não deu certo. Aí, um dia, tentei fazer cupcakes e levei para o colégio. Todo mundo que experimentou gostou;, lembra. Em pouco tempo, estava comercializando 100 unidades por dia. Durante o recreio, tinha ajuda do irmão mais velho para vender. Luísa precisava preparar e assar as receitas no dia anterior e acordar mais cedo para confeitar e armazenar para levar à escola, que iniciava as aulas às 7h15. ;Apesar disso, continuei estudando bem, minhas notas não caíram;, lembra. Essa rotina durou dois anos, até que um novo diretor assumiu a instituição de ensino e proibiu o comércio.
A barreira não impediu o crescimento do negócio porque Luísa tinha conquistado os colegas e as mães deles, que passaram a fazer encomendas para festas e para presentear. Aos 16 anos, para permitir que a filha conseguisse abrir a empresa formalmente e emitir nota fiscal, os pais da jovem a emanciparam. A partir daí, formalizada e com CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica), ganharam força os cupcakes personalizados, carro-chefe da empresa até hoje. A decoração é feita de acordo com o pedido do cliente, cheia de detalhes e em 3D. ;Demoro duas horas para confeitar seis unidades. É a parte mais difícil, é um trabalho manual que requer muita paciência e muito tempo sentada;, conta. O resultado são verdadeiras obras de arte em formato de doce: flores, animais, personagens de desenhos animados, emojis, batedeiras e o que mais a imaginação permitir são esculpidos em pasta americana para enfeitar cada bolinho. O esforço é grande, mas a recompensa também.
;A parte mais legal é criar, ver tudo pronto depois e receber elogios dos clientes;, explica. Cada cupcake grande decorado é vendido a partir de R$ 12,90. Luísa concilia a produção com a faculdade de gastronomia que começou aos 18 anos, por isso, se dedica ao negócio durante 30 horas por semana, de quarta a domingo. Os rendimentos variam de acordo com a época do ano. ;Em dezembro, consegui vender R$ 20 mil. Nos outros meses, o faturamento bruto varia de R$ 8 mil a R$ 10 mil;, revela. Quando se formar em gastronomia e passar a ter mais tempo para a empresa, a expectativa é de que a renda aumente. Desde o início, a confeiteira sempre contou com o apoio da família, que passou, inclusive, a trabalhar com ela. A mãe, Andréia Alves, 43, cuida das redes sociais e do marketing. O pai, Emerson Watanabe, 45, assa bolos e compra insumos. ;Os dois são servidores públicos e começaram a participar de forma natural.;
Avanços
Muitas vezes, os clientes se surpreendem ao saber que Luísa é a dona da empresa. ;Tem gente que acha que minha mãe é a Akemi. As pessoas ficam surpresas por causa da minha idade;, diz. No início, a produção era feita em casa, mas, há dois anos, a jovem empresária conseguiu montar um ateliê num prédio comercial em Águas Claras, onde a freguesia pega as encomendas. Para o futuro, o plano é expandir, mas sem deixar de lado a qualidade. ;Eu não consigo atender toda a demanda que chega porque só eu faço as decorações, até recuso pedidos. A produção fica limitada por causa disso.; O sucesso da empreitada é atribuído, de acordo com Luísa, ao fato de conciliar beleza e sabor. ;Apesar de cursar gastronomia, uso a mesmíssima receita da época em que eu estava na escola, que eu achei na internet;, afirma.
;Eu não sabia naquele tempo, mas é uma receita clássica, que funciona. Só que eu fui melhorando. O cupcake de quando comecei e o de agora não têm comparação;, diz. O aprimoramento foi ainda maior na parte da decoração. Apesar de trabalhar no ramo, começar uma faculdade de gastronomia não foi um passo natural para Luísa. ;O negócio me levou para isso, mas eu tinha muita resistência porque eu queria estudar numa instituição de ensino superior pública;, admite. A jovem chegou a cursar um ano de administração na Universidade de Brasília (UnB) e abandonou a formação para começar gastronomia no Centro Universitário Iesb. ;Minha mãe foi uma grande incentivadora nesse sentido. Foi a escolha certa;, garante. A boa notícia é que a crise não afetou a empreitada. ;As pessoas não param de fazer festa, elas só reduzem o orçamento. E meus principais trabalhos são para eventos.;
Professora
Em 2016, Luísa deu início a um novo projeto da Akemi Cupcakes: um curso on-line. ;Muita gente perguntava se eu dava aula, se eu ensinaria a fazer. Sempre foi uma demanda;, justifica. Hoje, na quarta edição do projeto, ela alcançou mais de mil alunos. A matrícula na capacitação custa R$ 347. ;Tem gente de todo o Brasil e até de fora, pessoas de Portugal e do Japão também participaram;, comemora. Nos vídeos, Luísa ensina não só a fazer cupcakes, como também a gerir um negócio no ramo e a precificar os produtos. ;São sete módulos, cada um com, no mínimo, três aulas. E cada aula tem mais de um vídeo;, comenta. Ela também dá dicas sobre o tema no YouTube: bit.ly/youtubeakemi.