Jornal Correio Braziliense

Trabalho e Formacao

Artista dos papéis de Brazlândia produz agendas e cadernos personalizados

Cada produto é único, de acordo com o gosto e a aparência do freguês ou da pessoa a ser presenteada

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Para Luana Emanuelle, 35 anos, o papel é uma paixão antiga, que acabou se tornando hobby e, por fim, fonte de renda extra. A orientadora educacional concilia o trabalho numa escola com as artes que confecciona para a marca Lu Arteira, criada por ela há dois anos. Calendários, agendas, cadernos, álbuns e planners são personalizados artesanalmente. Cada um é feito sob demanda, de acordo com o gosto e o nome do cliente ou da pessoa a ser presenteada, a partir de desenhos pintados à mão ou digitais, feitos no computador. Uma boneca que se pareça fisicamente com a pessoa ou até represente a profissão dela, as cores preferidas, um símbolo; São muitas customizações, o que torna cada produto realmente único.
;A pessoa me indica como quer a capa, a cor de preferência, se gosta de apliques de flor e borboleta, por exemplo. Depois, tem que confiar em mim;, diz. E a confiança compensa, já que as reações dos clientes são as melhores possíveis. ;Gostam muito, pois percebem que é algo exclusivo mesmo, pois não costumo repetir a decoração. Em geral, quem ganhou de presente me procura para pedir mais algum produto ou para presentear alguém;, comemora. O boca a boca é a grande arma de divulgação. ;A maioria dos clientes chega por indicação.; No Facebook, onde posta fotos dos trabalhos, também atrai outros interessados.

Para a moradora de Brazlândia, a maior motivação para o trabalho não é financeira. ;Eu me dedico por gostar de fazer realmente. Acho legal ter a oportunidade de marcar e fazer parte de um momento na vida de alguém;, conta. ;Uma agenda ou um calendário acompanharão a pessoa por um ano. Um diário, um caderno de receitas, um álbum de gravidez ou de primeiro ano do filho ficam quase que para sempre. É meio mágico pensar que vou participar disso de alguma forma;, afirma. ;O mais importante é a possibilidade de levar encantamento por meio de uma brincadeira com papéis aos mais diversos lugares do país, contribuir com registros de histórias, seja por um ano, seja por uma vida inteira.;

O fator tempo
Luana cobra R$ 55 por cadernos e agendas personalizados. Álbuns, para assinatura de presença em casamento ou para acompanhamento de gravidez, por exemplo, saem por R$ 70. Bloquinhos e cadernetas custam R$ 25. Como cada pedido é individualizado e não poderá ser aproveitado por outro cliente, ela pede 50% de entrada na hora da encomenda. Os pedidos são principalmente para o Distrito Federal, mas já enviou artigos, por meio do correio, para outros estados e até para fora do país. Por mês, personaliza cerca de 30 produtos. Os meses de maior demanda são dezembro e janeiro, quando a procura por agendas e cadernos dispara.

A produção só não é maior por simples falta de tempo, já que a moradora de Brazlândia desenvolve esse trabalho nos intervalos entre a carreira de orientadora educacional e os cuidados com a filha, de 4 anos. ;Uso fim de semana, férias, intervalos; O tempo é um grande desafio. Por isso, quando pego uma encomenda, peço prazo de pelo menos 20 dias para entregar.; O que é compreensível também pelo nível de detalhismo e capricho empregado em cada peça. Por enquanto, a artesã dos papéis produz tudo em casa, mas quer ir mais longe. ;Eu tenho vontade de montar um ateliê futuramente. Seria uma loja, com funcionário para me ajudar e espaço para poder oferecer cursos, algo que muita gente pede, mas ainda não tenho estrutura para fazer;, explica.

Origem
Na infância, Luana colecionava papéis de carta com a irmã. Na adolescência, passou a colecionar cartões-postais, tags de roupas, adesivos, figurinhas, recortes de revistas e outros elementos que visse como decorativos para enfeitar a agenda. Na época, passava as tardes assistindo ao programa de variedades voltado para donas de casa Note e Anote (exibido na Rede Record entre 1991 e 2005). ;Por meio dele, aprendi sobre cartonagem e passei a confeccionar caixinhas para a minha mãe guardar miudezas usadas na costura;, recorda. Ela finalizava as caixas com os papéis que encontrasse (de presente, de revista, de seda; Há cerca de 10 anos, quando começou a trabalhar como orientadora educacional, Luana se maravilhou com papéis novamente, ao descobrir furadores artesanais.

;Eu me encantei com as possibilidades de criação que aquelas ferramentas permitiam, possibilitando aproveitar todos os retalhos de papel.; Foi então que ela passou a confeccionar cartões e decorar pastas, cadernos e murais. Quando se tornou mãe, o fascínio por esse tipo de atividade cresceu ainda mais. ;Pensando em criar um álbum para as primeiras fotos da minha filha, eu passava horas pesquisando sobre scrapbook e as infinitas possibilidades do papel e as mais diversas técnicas e ferramentas possíveis;, lembra. Começou a fazer encadernações. ;Fazia cadernos e agendas personalizados para presentear pessoas próximas. Até que passaram a me perguntar se eu faria por encomenda. Minhas colegas de trabalho, depois de serem presenteadas, foram grandes incentivadoras;, conta.

Saiba mais

Lu Arteira
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lu.manu@hotmail.com