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funcionamento há 24 anos no Setor Tradicional de Planaltina (DF), o Bazar Brasília se tornou conhecido entre moradores da cidade. Diferentemente do que o nome poderia sugerir, não se trata de uma loja de produtos de segunda mão: nas prateleiras, são oferecidos artigos de armarinho, utensílios domésticos, vasilhas de alumínio, ferragens e estruturas elétricas e hidráulicas. ;Hoje em dia, as pessoas associam com itens usados, mas, quando a gente abriu, a palavra bazar era usada para designar um lugar que vende de tudo, várias mercadorias;, explica Maria Oneida Marques Davi, 64 anos. Ela e o marido, Manoel Davi Ramos Filho, 73, comandam juntos o estabelecimento. ;A gente simpatizou com esse nome porque tínhamos um bazar em Minas Gerais, que era misturado com um bar;, conta Manoel.
O casal, natural de Douradoquara (cidade com cerca de 3,5 mil habitantes que faz divisa com Goiás por meio do Rio Paranaíba), se casou há 47 anos e veio para Planaltina há quase 46. ;Nos mudamos para cá em busca de uma vida melhor;, afirma Maria Oneida. A variedade de produtos oferecidos no Bazar Brasília veio para conciliar os interesses dos donos. ;Eu queria mexer com a parte de elétrica e hidráulica e minha mulher desejava ter uma papelaria e armarinho. Então juntamos;, esclarece Davi. Ao longo de tantos anos, o negócio sobreviveu a mudanças de moeda, governo e costumes, e até ganhou uma segunda unidade, em Planaltina (GO), pelas mãos de Welmar Marques Davi, 36, filho caçula do casal. ;Ele trabalhou conosco muito tempo, mas queria ser independente. Então abriu outra loja;, relata Maria Oneida.
Segundo ela, o segredo para resistir no mercado por tantos anos está na credibilidade construída. ;Todo mundo nos conhece;, diz. O contato com a clientela também faz diferença. ;Nosso atendimento é de primeira. Planaltina cresceu, mas não se desenvolveu. É uma cidade pacata, então dá para bater papo. A pessoa vem comprar uma fita isolante que seja e perguntamos como está a saúde e a família;, observa Manoel. Para o casal, essa é uma das partes mais prazerosas do negócio. ;É uma terapia para a gente;, destaca o mineiro. O Bazar Brasília tem apenas um funcionário, então, na maior parte das vezes, o público tem contato direto com os proprietários, que veem na presença constante deles na loja outro ingrediente para o sucesso. ;O olho do dono faz muita diferença, ainda mais porque a loja depende muito de nós: nem temos como tirar férias;, revela Maria Oneida.
Nas poucas vezes em que se ausentaram do empreendimento, os donos o fizeram de forma separada. ;É o nosso esforço, levantando cedo e fechando tarde que nos mantém. A gente acabou se tornando resistente;, completa Manoel. O casal tem uma filha, a professora Cordélia Marques Davi, 40, que, ocasionalmente, dá uma força para os pais, atendendo na loja. O Bazar Brasília recebe de 30 a 40 clientes por dia. O carro-chefe do negócio são produtos hidráulicos, como canos. Os pequenos empresários preferem não revelar o faturamento mensal, mas informam que ele caiu devido à crise econômica. Entre os desafios da jornada empreendedora, Manoel cita os altos encargos e contas. ;Quase tudo que se vende é para pagar contas e boletos, como os de água e luz, que são muito altos em Brasília. O governo explora muito;, diz. Outro desafio é lidar com a concorrência.
Experiência
O Bazar Brasília não é a primeira experiência de Manoel e Maria Oneida com o empreendedorismo. Em Brasília, trabalharam com máquina de beneficiar arroz por quase duas décadas. Em Goiânia, Manoel teve um bar por nove anos. De volta a Minas Gerais, montou uma mistura de bar e bazar. ;No interior, não tem como ganhar muito dinheiro porque as pessoas não têm grande poder de compra. Na cidade, dá para tirar mais, apesar de boa parte ir para o governo. Tentei a vida em muitos lugares até virmos para Planaltina, onde a gente se deu bem;, conclui Manoel.
Saiba mais
3389-1093 / bazarbrasiliadf94@gmail.com