Alunos da Universidade de Brasília (UnB) estão se preparando para o Global Management Challenge Brasil (GMC), desafio de gestão organizado pela empresa Ser Total, por meio do projeto de extensão Laboratório de Jogos de Empresas. O trabalho é multidisciplinar e envolve alunos e professores de diversos cursos. Entre eles, contabilidade, engenharia de produção e economia. Apesar de não contar com uma sede com computadores (laboratório é apenas o nome da iniciativa), os estudantes colocam a mão na massa por meio de um simulador de gestão: o Business Game. Trata-se de um software que propõe desafios comuns para quem tem ou administra um negócio. No jogo, os universitários trabalham em equipe o conceito de empreendedorismo. Palestras sobre finanças, logística, marketing, recursos humanos e outros temas correlatos, feedbacks e orientações de docentes, pesquisas e elaboração de artigos científicos completam a aprendizagem.
E o que é aprendido ali não ficará restrito às paredes da universidade: os participantes se preparam para participar dos torneios da GMC, maior competição de estratégia e gestão que é baseada no Business Game. O concurso envolve equipes de universidades e empresas. Primeiramente, os pupilos precisarão enfrentar a rodada brasileira, que começa em 22 de setembro. Devem participar 180 times (cerca de 630 pessoas). A final nacional será em São Paulo em 22 de fevereiro de 2018. Os classificados chegarão à etapa mundial, que será em Dubai (Emirados Árabes) com todos os custos pagos, em abril de 2018. O concurso foi criado há 37 anos e reúne competidores de mais de 30 países. Contadora, especialista em gestão empresarial, mestre e doutora em engenharia de produção, Patrícia Guarnieri é a coordenadora do projeto de extensão Laboratório de Jogos de Empresas. Professora adjunta do curso de administração, ela ressalta a importância da iniciativa pelo fato de ensinar, por meio de uma simulação, como é ter um negócio próprio.
;As universidades públicas são vistas como instituições que só se preocupam com a parte científica ; que, logicamente, é muito importante ;, mas também é fundamental preparar o aluno para o mercado de trabalho;, afirma. No início do semestre, em 4 de julho, a turma do projeto foi dividida em equipes de três integrantes cada uma. Os times recebem dados de cinco trimestres passados da empresa virtual, com um panorama perante o mercado. A partir daí, precisam tomar decisões. ;O Brasil é um país que não tem tradição de gestão. Então é muito positivo que jovens participem desse projeto, independentemente de se tornarem empreendedores depois;, comenta Marcelo Egéa, sócio-diretor da Ser Total. Psicólogo e especialista em administração com 29 anos de experiência em gestão e RH, ele acredita que a preparação para o torneio e a execução das provas do GMC pode beneficiar qualquer profissional e ainda ajudar a formar novos empreendedores. ;Auxiliar jovens a aprender sobre gestão é fundamental. Afinal eles são o futuro. O que pudermos fazer por essa geração agora conta;, diz.
Competição
Um dos times da UnB que participam do torneio GMC é formado pelos estudantes de engenharia química Juliano Nakasa, 21 anos, Emanuella Luz, 20, e Tiago Baldissara, 20. ;Como o nosso curso não é voltado à gestão, não tivemos muita vivência empresarial. Mas nós três participamos da empresa júnior CSTQ Jr;, conta o líder da equipe, Juliano. Emanuella descobriu que quer empreender por meio das experiências universitárias. ;Quando você entra numa faculdade, descobre que o mundo é muito maior. Dá para aplicar o que você conhece e gosta empreendendo;, acredita. Assim como a colega, Tiago também pretende ser dono de um negócio por causa da vivência na UnB.
Ele tem grande expectativa para a competição: ;Vai ser muito agregador;. Outra equipe que representará a UnB nas disputas do simulador de negócios é formada por alunos de administração, sob a liderança da estudante Michele Gasparoto. ;O projeto vale a pena para prevenir e alertar sobre erros de gestão que podem ser cometidos num negócio. A competição será uma oportunidade bem legal;, afirma. ;Um simulador de empresas permite pegar na prática tudo o que aprendemos;, elogia Leonardo Grassi, 19. Para Flávia Ribeiro, 20, o jogo tem tudo a ver com a graduação dela. ;O que mais me chamou atenção foi aplicar, mesmo que num jogo, todas as matérias do curso de administração;, destaca.
Saiba mais
Laboratório de Jogos de Empresas da UnB: bit.ly/2xvmfmr
GMC no Brasil:
www.globalchallenge.com.br / facebook.com/gmcbrasil
* Estagiário sob supervisão de Ana Paula Lisboa