Jornal Correio Braziliense

Trabalho e Formacao

O chaveiro da 313 Norte

Atendendo num quiosque, maranhense aposta em preço justo, bom atendimento, serviço de qualidade e pontualidade para fidelizar a clientela

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Num quiosque na 313 Norte, Antônio Luiz Almeida Pereira, 57 anos, atende pessoas que precisam copiar ou consertar chaves, abrir portas, instalar fechaduras e muito mais. ;O serviço mais procurado é o de troca de segredo da fechadura ; quando a chave ficou na mão de outra pessoa, como um inquilino, e o proprietário, por questões de segurança, deseja fazer a substituição;, conta ele, que usa ferramentas como chave de fenda, alicate, lima e máquina de cortar chave. Ter o telefone de um chaveiro à mão se mostrou útil em diversas ocasiões em que ele foi ;resgatar; clientes que perderam ou quebraram chaves ou se trancaram do lado de fora da casa ou do trabalho, por exemplo. ;A pessoa liga e vou socorrer. Cobro uma taxa de deslocamento, por isso vale mais a pena para pessoas que moram no Plano Piloto;, revela.


No quiosque há 10 anos, o maranhense não revela o rendimento mensal, mas está satisfeito. ;Vivo exclusivamente disso e não passo aperto, é satisfatório. Tenho uma média de 40 clientes por semana. Eu não posso reclamar da crise: 2016 foi um ano legal.; Os preços cobrados pelo microempreendedor individual, que emite nota fiscal, costumam ter uma margem de negociação. ;Há uma tabela de custo fixa passada pelo fornecedor de chaves, mas o valor do serviço é livre. Tem chaveiro que cobra um absurdo, mas minha opção é por oferecer um preço mais em conta. Eu não deixo de atender por causa de preço e, assim, fidelizo a freguesia;, percebe. ;Tem muita gente que me contrata desde que comecei, e a indicação tem um efeito importante. A maioria das pessoas chega aqui pelo boca a boca.;


Durante a semana, ele fica no quiosque das 8h às 19h e, aos sábados, das 8h às 14h. Entre os fatores que conferem sucesso ao trabalho, Antônio cita a qualidade do serviço, o bom atendimento, o preço e a pontualidade. ;Eu me esforço para que tudo fique a contento. Isso é muito importante, pois a pessoa sabe que pode contar comigo. Tem gente que precisa de algo urgente e chega às 8h. Se eu não estiver lá na hora, vou atrapalhá-la;, analisa. Colocar o cliente em primeiro lugar é uma grande motivação. Tanto é que o chaveiro tem números de telefones de quatro operadoras para facilitar para o público ; 99261-2922 (Claro), 98561-9828 (Oi e WhatsApp), 98161-9529 (Tim) e 99661-6765 (Vivo) ;, além de e-mail: chaveiro313n@live.com.

Trajetória diversa
O maranhense acumula várias experiências de negócios. Morador de Brasília desde a década de 1970, ele foi dono de um estabelecimento de pintura de motos, de uma pizzaria e de uma loja de café até passar a trabalhar como chaveiro. As experiências passadas o ajudaram a tocar o negócio com responsabilidade e planejamento. ;Eu aprendi a ter organização e registrar tudo que entra e tudo que sai num caderninho. Não adianta ganhar dinheiro, achar que pode gastar como se fosse seu, pois, depois, você não vai ter como pagar o fornecedor, por exemplo;, diz.


;Depois que minha loja de café quebrou, passei um tempo desempregado, até que um amigo chaveiro, o Carlos Silva, que trabalha na 215 Norte, aceitou me ensinar a profissão. Combinei que eu só sairia para atuar sozinho quando ele considerasse que eu estava pronto;, recorda. Antônio passou dois anos e meio trabalhando com Carlos. ;Não foi muito fácil aprender, porque eu nunca tinha mexido com isso. Mas eu me dediquei, comecei a gostar e vi que era uma área interessante e rentável;, conta. ;Sempre me virei e trabalhei em várias áreas, mas a de que eu mais gostei foi a atual. Se eu pudesse voltar no tempo, teria começado como chaveiro;, revela.