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Intolerância religiosa no Brasil é o tema da redação do Enem 2016

Saiba quais serão os critérios de correção usados e veja o que dizem especialistas sobre o assunto

Priscila Botelho - Especial para o Correio
postado em 06/11/2016 13:37

Inep divulgou o assunto que norteará os textos dos candidatos no segundo dia de provas às 13h30, pelas redes sociais

Este ano, o tema da redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem ) é "Caminhos para combater a intolerância religiosa no Brasil". Em 30 linhas, os participantes devem discorrer sobre o assunto e apontar uma solução. A divulgação foi feita pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) nas redes sociais.
O assunto segue a tendência do Enem de abordar temas ligados aos direitos humanos no Brasil. No ano passado, o tema da redação foi "A persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira".

Para a professora de sociologia Kamila Figueira, do Leonardo da Vinci, o tema supreendeu positivamente. "Estávamos apostando em assuntos mais globais, como crise imigratória ou hídrica, por exemplo", conta. A última era também a aposta de alguns estudantes, como Thaís Severo, 20 anos. "Recursos hídricos foi um dos temas que os professores disseram que poderia cair e eu acho bem provável", disse, antes da prova deste domingo.

Intolerância religiosa, embora não estivesse no radar, foi considerado um tema "excelente" pela professora Kamila. "Envolve pensar em grupos que não são aceitos, em preconceito e em intolerância. São, de certa forma, temas muito atuais e, também, globais. É um assunto que precisa ser discutido", acredita Kamila.

O professor de sociologia do Leonardo da Vinci Bruno Borges chama a atenção para a importância do debate sobre direitos humanos nas escolas. "Com este tema, o Enem tenta aproximar os estudantes dos direitos garantidos pela ONU (Organização das Nações Unidas) e também pela Constituição Federal, que garante para todo cidadão a tolerância e a liberdade religiosa", explica.
Muitas pessoas confundem Estado laico, como Estado não religioso, isso é um erro, de acordo com professor. "O estudante tem que ter noção do que é laicidade. Estado laico significa a liberdade religiosa e todas expressões garantidas", afirma.
O exame será mais longo neste domingo (6/11), são cinco horas e meia de duração, justamente para que os candidatos tenham tempo de escrever a redação. Após o término da prova, o Correio transmitirá, ao vivo, pela página no Facebook, o comentário do professor do Galois Rafael Riemma sobre a prova de linguagens e códigos e sobre a redação.
Critérios
A nota da redação do Enem varia entre zero e mil pontos. O texto é corrigido por dois corretores, de forma independente. Cada um deles atribuirá uma nota entre zero e 200 pontos para cada uma
das cinco competências definidas para o exame.

[SAIBAMAIS]Caso haja discrepância de mais de 100 pontos na nota geral ou de 80 pontos em qualquer uma das competências, a redação será corrigida de forma independente por outro corretor. Se houver diferença siginificativa, a nota será a média aritmética dos dois corretores.

Receberá nota zero o texto que não atender à proposta solicitada ou que tenha outra estrutura textual que não seja a estrutura dissertativo-argumentativa. Isso configurará, segundo o edital, fuga ao tema ou não atendimento à estrutura. Também zera a redação o candidato que escrever menos de sete linhas. Quem copiar literalmente parte dos textos motivadores terá essa parte excluída da contagem de linhas.

Também é anulada a redação que apresente parte do texto desconectada do tema - como a receita de macarrão que foi incluída em uma prova de edição passada - ou que traga ofensas, desenhos ou que desrespeite os direitos humanos.

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