Jornal Correio Braziliense

Trabalho e Formacao

Ela vende amor e carinho

É assim que a dona da floricultura Flores do Prado define a atividade que exerce. Há 40 anos no ramo, ela é dona do próprio negócio há 12 e trabalha com o coração

É com amor que Helena Prado, 61 anos, fala sobre as mais diversas espécies de flores e plantas ornamentais. A paixão pelas plantas é antiga, e essa é a fonte de renda dela há 40 anos. ;Meu primeiro emprego foi no antigo supermercado Slaviero e calhou de eu ir parar justamente nessa área. Meu papel foi abrir e desenvolver a floricultura do local;, revela. A baiana de Barreiras também trabalhou em duas casas de flores no Plano Piloto antes de abrir o próprio negócio, há 12 anos. A floricultura Flores do Prado, localizada na 311 Norte, nasceu com o apoio de um dos três filhos de Helena, que deu a loja de 40m; de presente para a mãe. ;Trabalhei com isso a vida inteira. Fiz muitos cursos sobre arranjos e decoração e, trabalhando, aprendi tudo o que precisava sobre o setor;, revela.

Dona Helena cativa os clientes pela simplicidade e pela dedicação. Esforça-se sempre para atender ; e superar ; expectativas. Desde um botão de flor, passando por buquês, arranjos, cestas de café da manhã até a decoração de um evento, a missão é entregar espécimes impecáveis e, sobretudo, agradar. ;Afinal, vendo amor e carinho. Deus deixou as flores para alegrar as pessoas;, define a viúva. ;A maior parte dos clientes é homem, e a rosa vermelha é o carro-chefe;, conta.

;Sou aposentada, mas gosto demais do que faço, trabalho com o coração.; Moradora do DF desde 1967, a microempreendedora conta com uma funcionária na loja na Asa Norte e um entregador, que leva encomendas para Brasília e o Entorno. ;Fazemos até entregas nacionais, por meio de convênios;, acrescenta. Para decorar eventos, prepara arranjos na casa onde mora, em Vicente Pires, e chega a contratar até seis freelancers. ;Para festas, as pessoas gostam de indicação. O segredo para ter propaganda boca a boca é trabalhar direitinho.;

A maior parte das flores vem direto de Holambra (SP). ;Recebo três caminhões de lá por semana e escolho pessoalmente o que vai ficar. Quando preciso, também encomendo aqui na região.; Entre as prioridades da proprietária está manter a loja arrumada. ;É como uma boutique de flores. Além disso, trazemos vários itens adicionais, como cartões, pelúcias, caixas, chocolates, cestas, vasos;;

Cuidados
;Com a crise, tivemos uma queda nas vendas. Nosso produto é supérfluo, então é dos primeiros a serem cortados do orçamento. Mas quem trabalha bem consegue se manter. O importante é conhecer bem o ramo. Muita gente pensa que vender flor traz dinheiro fácil, mas há muitos detalhes importantes que você deve conhecer. É preciso saber tirar até uma pétala que esteja mais murcha sem comprometer o arranjo;, alerta Helena. Um fator que ajuda a continuar com bom movimento durante a recessão é a acessibilidade dos produtos. ;Quem entra sempre compra. Temos preços para todos os bolsos.; O armazenamento dos produtos exige atenção, e muitas das flores ficam sob refrigeração. Outro cuidado necessário é em relação ao estoque. ;Precisamos ter à mão tudo o que o cliente pedir, mas não podemos ter demais. Esse ramo é um tiro no escuro e, se não se planejar bem, a pessoa pode ter muitas perdas;, pondera.