;Em 1992, ficávamos nas portas de festas, e o pessoal incentivou que procurássemos um lugar fixo. Fomos para a Feira dos Importados em 1995, quando ela ainda ficava no estacionamento do Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha e estamos na feira desde aquela época;, recorda Eduardo. Antes dessa empreitada com os filhos, Roberto acumulou outras experiências no comércio, com a Pizzaria do Beto e vendendo sapatos. No local fixo, a família investiu na venda de pão de queijo, café e salgados. ;Mas o movimento não era muito grande. Então, começamos a oferecer churrasquinho. Havia duas pastelarias nos dois cantos da feira, mas não tinha nenhuma no corredor central, onde ficávamos. Então, começamos a pensar no assunto.;
[SAIBAMAIS] Sem experiência no petisco, pai e filhos recorreram à Pastelaria Viçosa, que forneceu pastel para eles por alguns anos. ;Busquei um engenho de moer cana na chácara e, da noite para o dia, passamos a vender pastel e garapa. Depois, criamos a receita própria;, revela Roberto. ;Trabalho com isso desde os 15 anos, sempre gostei do comércio, de lidar com as pessoas, então nunca pensei em ir para outro ramo;, conta o caçula. ;É bom trabalhar com família. Muito melhor do que se eu tivesse o negócio com outras pessoas;, observa Roberto.
Para conquistar os clientes, o segredo sempre esteve em produtos de qualidade e bom atendimento. ;Numa feira, é preciso chamar as pessoas, ganhá-las;, completa Eduardo. Como um verdadeiro cavalheiro, Roberto cumprimenta os fregueses, fica de olho para garantir que todos sejam bem atendidos, limpa mesas e está sempre em movimento por ali. ;Não penso em me aposentar de jeito nenhum. Para que eu faria isso?;, pergunta. ;Quando está em dia de folga, às vezes, ele some e vem para cá, não consegue ficar parado;, delata Eduardo, que faz cursos de gastronomia para melhorar a qualidade dos lanches.
;Um de nós sempre está presente. Não deixamos na mão dos funcionários. Aprendemos, na prática, que isso não funciona;, observa Eduardo. ;Tem coisas que só o dono vê;, completa o pai. A rotatividade da mão de obra é uma das dificuldades, mas eles implementam incentivos para reverter a situação. ;Sempre pagamos um salário acima do piso da categoria, damos treinamentos e gratificações.; Outra dificuldade é o custo operacional de ter uma banca na Feira dos Importados, já que o aluguel é alto. Para o futuro, a família pensa em expandir o negócio.