Podem ingressar no setor profissionais de diversas áreas, de psicólogos e administradores a economistas e engenheiros. Os salários para iniciantes podem começar em R$ 1,5 mil e variar até R$ 5 mil numa empresa mais estruturada. ;A dica para os recém-formados é entrar numa área mais generalista para poder aprender mais nessa fase. Inglês é uma vantagem desejável no currículo. Entre com olhar de dono e vontade de fazer a diferença, pense em soluções diferenciadas. O RH precisa de pessoas boas para assumir seu novo papel;, indica.
O consultor em desenvolvimento humano para organizações Eugenio Mussak afirma que tem acompanhado a valorização da divisão ano após ano. ;O setor sofreu transformações e está cada vez mais estratégico. Percebo que, atualmente, se busca se um equilíbrio entre dois papéis importantes ; primeiro, o de trabalhar objetivamente com gestão de pessoas e, agora, também de atuar na estratégia da organização, já que a empresa precisa crescer e inovar, e nada disso pode ser feito sem o RH. Hoje, vemos até presidentes de empresas que vieram da área, como o presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco Cappi.; Apesar do crescimento do ramo, Eugenio admite que o departamento ainda é quase exclusivo de grandes empresas. ;Os pequenos negócios ainda estão fazendo sua lição de casa e, normalmente, mantêm um funcionário que cuida das burocracias da contratação e da folha de pagamento.;
Em Brasília, o cenário para os profissionais de gestão de pessoas está em transformação. ;Percebemos que o mercado para o RH no DF evoluiu bastante numa direção mais estratégica, tanto em empresas privadas quando em órgãos públicos. É um caminho sem volta. Em momentos de crise, o RH é quem vai analisar o cenário externo e interno e desenvolver a equipe para aguentar a situação. É preciso empoderar o departamento para desenvolver as pessoas, criar uma cultura de colaboração, otimizar recursos e selecionar e atrair profissionais realmente aderentes à cultura da instituição;, avalia Lucila Simão, diretora executiva do Instituto Fenasbac.
Perfis diferenciados
Apesar de o ramo, como um todo, contar com status elevado no momento, Claudia Troca, da Roberta Half, destaca duas carreiras que terão ainda mais demanda: a de business partner (BP) e a de remuneração e benefícios. ;O BP tem sido requerido porque faz a ponte entre as diferentes áreas do negócio e o RH e trabalha como um consultor. É o funcionário que serve como exemplo da migração do RH da parte operacional para a estratégia na empresa.;
Segundo Claudia, o cargo não costuma existir em pequenas empresas, em que a função é realizada de maneira informal. ;Já os profissionais de remuneração e benefícios hoje estão em alta, pois são responsáveis por reduções, adequações, promoções e transferências do capital humano;, diz Claudia. Apesar de a demissão fazer parte do dia a dia do profissional, Claudia observa que ele não é visto como um vilão. ;Quem dispensa é o gestor de cada área, o chefe direto. O RH não vai ser visto como um ;homem mal;, ele é só um suporte para atravessar o momento complicado.;
Falta reciclagem
Luiz Edmundo Rosa, diretor de Educação da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH Brasil), indica que a atualização profissional é muito importante para trabalhar no setor, mas avalia que os funcionários da área não investem muito nisso. ;Como se diz, ;em casa de ferreiro, o espeto é de pau;. Embora o RH proporcione formação para outras áreas, muitas vezes, não há investimento no próprio profissional;, afirma Rosa. Ele sugere que os trabalhadores procurem cursos presenciais e a distância e congressos, como o da ABRH, que é o segundo maior na área em todo o mundo. ;O desafio do RH é se manter à frente e, agora, há muitas opções para isso. Temos ouvido muitos presidentes falarem que o setor é um parceiro preferencial para conduzir o futuro das empresas, sendo que, no passado, a direção se apoiava mais nos departamentos financeiro e de marketing. Os recursos humanos podem conduzir a modernização das pessoas e precisa estar atualizado.;
Apesar de afirmar que todo o setor de RH está aquecido, Claudia Troca, da Robert Half alerta que, se há um ramo que é menos priorizado em momentos de aperto econômico é o de treinamento. ;Por redução de custos, temos visto programas de desenvolvimento serem deixados em segundo plano;, explica. ;Não deveria ser assim, mas é a primeira área a sofrer cortes;, detecta Lucila Simão, diretora executiva do Instituto Fenasbac, que oferece formação de analista de educação corporativa e RH.
;É um curso inédito que reúne todos os elementos importantes para quem atua na área de treinamento e desenvolvimento de uma organização;, afirma (veja quadro). Uma das criadoras do curso, Isabel Egler, gestora de Soluções Corporativas do Instituto Fenasbac, alerta para a importância desse tipo de formação. ;As empresas têm que investir no capital humano e cuidar de quem faz a empresa existir.;
Mozart Clemente Júnior, 39 anos, foi aluno da primeira turma do treinamento e viu diferenças em seu trabalho. Ele é sócio diretor da Newman Educação Corporativa e atua como consultor. ;Mudei a comunicação e a análise ao oferecer desenvolvimento e treinamento. As pessoas acham que treinamento é chato, mas dá retorno. Só que não adianta se o colaborador não estiver interessado. Você não pode garantir determinados resultados por meio do treinamento porque não depende só de quem oferece;, observa. Mesmo num momento de aperto, Mozart continua a observar grandes empresas do DF investindo em treinamentos.
Cursos abertos
- O Instituto Fenasbac está com inscrições abertas para a segunda turma da formação de analistas de educação corporativa e RH. A carga horária é de 180 horas divididas em aulas duas vezes por semana, pela manhã ou pela noite. Inscrições e informações pelo site institutofenasbac.com.br.
- A Febracorp University oferece um programa executivo em visão de negócios para RH em São Paulo. A opção intensiva vai de 27 a 31 de julho, das 8h30 às 18h. Até a próxima quinta-feira (2), a formação custa R$ 4.320 (ou 5x de R$ 864). Informações: (11) 3302-9216 / nkimi@febracorp.org.br.
Palavra de especialista
O RH tem um papel importante no desenvolvimento de equipes e lideranças. Ele fornecerá ferramentas para a avaliação de desempenho, ajudando líderes a identificar o que deve ser mudado para que o objetivo da empresa seja atingido. O futuro do RH parece promissor: cada vez mais temos a tecnologia ajudando a área a se livrar das tarefas operacionais, como triagem de currículos. Com isso, o profissional pode focar no desenvolvimento do potencial e da performance dos funcionários.
Jacob Rosenbloom, CEO da Emprego Ligado
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Fonte: Luiz Edmundo Rosa, diretor de Educação da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH Brasil)