A UnB decidiu exigir o documento no ato do cadastro após uma recomendação do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), com base na Lei de Diretrizes e Bases da Educação. Antes, a instituição de ensino superior pedia o diploma somente no ato da matrícula, o que provocava uma série de ações judiciais para possibilitar o ingresso de estudantes com menos de 18 anos em supletivos. Eles aceleravam a conclusão do 3; ano para se matricular. Dados da UnB apontam que 490 alunos entraram na universidade no segundo semestre de 2014 com liminares, o que representou 12% dos inscritos.
A advogada da AfaUnB, Larissa Verona Lemos, defendeu que os alunos têm o direito de se inscrever no vestibular 2015, independentemente da conclusão do ensino médio. ;Entramos na Justiça Federal porque o mandado é contra a UnB. Não existe legislação que imponha essa condição. Queremos somente que o aluno tenha o direito de fazer a prova. Se ele for aprovado, tomará as medidas cabíveis para o ingresso;, explicou.
No processo, a defesa sustenta que a exigência da UnB é ilegal, pois fere o disposto no artigo 208 da Constituição Federal, ;que garante o acesso aos mais elevados níveis de ensino e pesquisa, de acordo com a capacidade intelectual de cada indivíduo.; O Cespe respondeu somente que cumprirá a decisão. Embora a inscrição tenha se encerrado em 4 de maio, as 10 pessoas que conseguiram a liminar efetivaram a inscrição somente com uma declaração de que cursam o 3; ano.
O certame está previsto para 6 e 7 de junho. A UnB abriu 4.212 vagas em 97 cursos, nos quatro câmpus. Do total das oportunidades, 236 são exclusivas para o sistema de cotas para negros e 1.603 para quem fez o ensino médio completo em escolas públicas.