Jornal Correio Braziliense

Trabalho e Formacao

Ajudar, um sacerdócio

"A minha maior motivação sempre foi poder contribuir para uma melhoria na qualidade de vida dos idosos, que, na minha opinião, merecem receber todo o amor do mundo" Rosalva Maria Almeida de Sousa, enfermeira


Rozemere Oliveira Neves, 45 anos, é diretora da organização não governamental (ONG) Obras Sociais Gerônimo Candinho. Formou-se médica pela Universidade de Brasília (UnB) no fim da década de 1980. ;A minha escolha pelo curso foi justamente para poder auxiliar e atender socialmente as pessoas;, justifica. A participação nos primeiros projetos sociais começou ainda na faculdade e direcionou a especialização. ;Escolhi pediatria porque, naquela época, existiam grande bolsões de miséria no país, e, em Brasília, muitas crianças viviam em estado de desnutrição gravíssima.;

O contato com garotos e garotas em situação de risco levou Rozemere às Obras Sociais Gerônimo Candinho, em Sobradinho 2. ;Aceitei o convite para o trabalho na ONG e comecei a atuar como professora, dando aulas de higiene e saúde aos jovens, além de atendê-los como médica;, relata. A atividade voluntária era conciliada como o trabalho em um hospital público de Planaltina.

A rotina permaneceu durante quase 20 anos. Há sete, Rozemere adoeceu e se afastou da ONG. Três anos depois, na fase final do tratamento, recebeu o convite para retornar à instituição, mas encabeçando um novo desafio: a inclusão de deficientes. ;Era uma proposta nova. Eu nunca tinha lidado com pessoas nessa situação, mas encarei de frente. O projeto era completo, começaríamos com capacitação e profissionalização para, enfim, promover a inclusão;, relata.

Hoje, a pediatra coordena o projeto, que oferece cursos profissionalizantes e de colocação profissional. ;A partir do momento em que comecei a trabalhar com esse público, ficou claro que meu objetivo de vida é ajudar com tudo que eu posso para que diferenças e limitações não façam com que as pessoas se sintam à margem da sociedade. Quero mostrar para eles que, de fato, eles fazem parte e que podem contribuir para uma construção social menos segregatória e mais igualitária;. Hoje, Rozemere dedica-se exclusivamente à causa.