Com a propaganda boca a boca, ele e a esposa, Sonia Oliveira, 54 anos, que é designer de sobrancelhas, superaram os três primeiros meses, que foram os mais difíceis. Ela chegou a sugerir que desistissem, mas Salvador não se deu por vencido e disse que veio para ficar. A persistência foi essencial para o sucesso do negócio. ;Se a pessoa não for perseverante, desiste no primeiro ano;, diz. Doze anos depois de abrir as portas, ele atende mais de 800 clientes por mês em três unidades.
Durante sete anos, trabalhou de domingo a domingo no salão. Diante das reclamações da família, guardou o domingo para descansar e ficar com a mulher e os quatro filhos. Desses, três trabalham no ramo, um no negócio da família, e outros dois abriram o próprio salão no Sudoeste. O pai, especialista em corte e química, é o principal conselheiro.
No início, Salvador tentou tocar o negócio sozinho, com a ajuda da mulher, mas logo percebeu que precisaria contratar funcionários. ;Vi que sozinho não tinha como acontecer o sucesso;, afirma. Atualmente, a empresa conta com 18 trabalhadores.
História
Antes de trabalhar no ramo de beleza, Salvador foi vendedor do Baú da Felicidade, funcionário e dono de confecção em São Paulo, onde chegou a empregar mais de 10 costureiras. Em 1986, abriu o primeiro salão, em Irecê (BA) e ganhou o prêmio de melhor cabelereiro da cidade por três anos consecutivos. Quando não teve mais para onde crescer, decidiu tentar a sorte em Brasília, depois de visitar a filha, que fazia cursinho pré-vestibular na cidade. ;O meu grande desafio sempre foi sair de um lugar e tentar vencer em outro;, relata.
Alguns clientes frequentam o salão desde o primeiro ano de abertura, outros vêm de Goiânia para cortar o cabelo e há até aqueles que foram fregueses de Salvador na Bahia, como é o caso de Maria José Souza Silva, 65 anos. ;Eu deixava meus dois filhos no salão e ia fazer compras;, lembra. Hoje, o neto dela corta o cabelo com Salvador, e a confiança no profissional se mantém.
Salvador resume a trajetória de empreendedor em duas palavras: luta e dedicação. ;A vida não é fácil, mas a gente tem que seguir o sucesso por meio da simplicidade e do bom atendimento. É isso que eu procuro ensinar à minha equipe;, diz. Ele tira férias de oito dias, no máximo, para não perder o controle e a qualidade do serviço. Além disso, todos os anos, participa de cursos e eventos do setor para se aperfeiçoar. Dessa forma, garante aos clientes que o lema da empresa ; ;inovador da sua beleza; ; se aplique diariamente. ;Não sou menino, mas pretendo trabalhar muito tempo nessa profissão ainda;, conclui.