Os empresários já tinham experiência no comércio, por meio de negócios familiares ; em padaria, churrascaria e restaurante. Quando decidiram partir para um empreendimento próprio, trouxeram toda a tradição dos antepassados de Paulo e Isaac, que chegaram ao Brasil no início do século 20, e apresentaram aos brasilienses um ambiente aconchegante, com delícias típicas da Síria e do Líbano. Hoje, o empório tem 70 funcionários, oferece bufê para eventos e ainda reúne produtos variados para que os clientes possam cozinhar em casa as comidas que encontram na loja. Alguns deles moram nas embaixadas de países árabes, mas a maioria é de brasileiros.
[SAIBAMAIS]Para manter a atmosfera acolhedora, os donos fazem questão de estar presentes o tempo todo no negócio. Tarefa que não é simples, pois, apesar de abrir as portas às 9h, internamente a produção começa às 6h30 e o serviço continua até as 22h, duas horas depois de as lojas fecharem para os clientes. ;Não nos vemos como proprietários, somos funcionários também;, diz Paulo. ;Nós queremos que os clientes entrem aqui e se sintam em um lugar agradável, que traga paz. Tudo aquilo que a gente deseja para a nossa casa também desejamos para o empório;, completa Lícia. Todos os detalhes da empresa foram pensados para transparecer essa ideia, a começar pelo nome. Marzuk significa o enviado por Deus e, portanto, abençoado, sinal da experiência completa que os empresários pretendem passar a cada cliente que entra no estabelecimento. ;Colocamos a nossa alma aqui dentro;, garante Isaac.
Qualidade
A qualidade é a principal preocupação. Paulo e Isaac vão pessoalmente à Central de Abastecimento (Ceasa) comprar os ingredientes usados na produção, e a preparação da carne é toda feita nas lojas. A habilidade para negociar, também herdada do lado árabe da família, ajuda no processo.
Apesar das características tradicionais, os donos do empório provam que é possível inovar em qualquer tipo de negócio. Eles aderiram ao programa de inovação do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) no DF e recebem agentes que avaliam o trabalho e dão dicas e orientações (leia o Saiba mais). Lícia conta que eles fazem o papel parecido com o de clientes ocultos e contribuem para corrigir falhas no negócio. Ela é a mais engajada nesse tipo de capacitação, participa de cursos e palestras com frequência. ;Acho que o principal é você não ficar na zona de conforto. Nos envolvemos tanto nessa rotina corrida que às vezes deixamos de lado essa visão externa. Tem sido muito positivo;, afirma.