Uma das equipes locais elaborou o programa Bizu Buzú, que oferece cursos e podcasts profissionalizantes para as classes C, D e E ; as ferramentas podem ser ouvidas ou estudadas no deslocamento ao trabalho, no ônibus ou no metrô. A outra criou uma plataforma digital para auxiliar, por meio da internet, processos jurídicos de conciliação, colocando as partes em contato e agilizando o andamento das ações na Justiça. É o Conciliador Virtual (leia Em destaque).
Cada grupo ganhou notoriedade em um segmento da premiação. Os integrantes da Bizu Buzú ; Fabrício Batista, Felipe Blini, Leandro Freire e Rakell Simon ; ficaram com o segundo lugar na modalidade aceleração presencial e vão ao Chile para assistirem a cursos que deem mais chances de sobrevivência à iniciativa. Os responsáveis pelo Conciliador Virtual conquistaram a mesma posição, mas na aceleração remota. Farão cursos a distância.
Segundo Fabrício Batista, 37 anos, idealizador da startup voltada ao aprendizado, a intenção é auxiliar os usuários na busca por uma vaga de emprego. ;A pessoa ganha pontos e evolui a partir do momento em que ela começa a estudar. A pontuação cresce com o tempo, e ela pode ser indicada para entrevistas. Pensamos em cursos de balconista, garçom ou caixa, por exemplo;, explica.
Nesse caso, as próprias empresas podem patrocinar as lições. Dessa forma, a marca delas aparece no aplicativo. ;Estamos desenvolvendo ferramentas mais efetivas e estudando o comportamento dos usuários. Já sabemos que é viável, que existe público para isso. Grande parte dos potenciais usuários das classes C, D e E têm smartphones, ainda que alguns sejam mais simples;, complementa Fabrício. O colega Leandro Freire adianta que o grupo arriscará patrocinadores e parceiros. ;As empresas que buscarem novos profissionais também pagarão um valor, que será revertido para o funcionamento do Bizu Buzú;, detalha Leandro.
Waldemar Osmala, do Conciliador Virtual, explica que o projeto visa economizar dinheiro público, já que cada processo tem um custo. Os integrantes ainda estudam a segurança judicial da startup para que todas as ações do empreendimento estejam de acordo com a lei.
Um dos organizadores brasileiros do Desarrollando América Latina, André Luís Eloy Soares conta que a competição começou há quatro anos com outro evento, o Hackathon, que reunia jovens empreendedores e especialistas em criação de softwares e em internet a fim de desenvolver aplicativos que auxiliassem governos. ;O DAL vai um passo adiante e tenta garantir a continuidade das melhores ideias;, conclui André.
Em alta
Segundo o diretor regional da Associação Brasileira de Startups (ABStartups), Roberto Braga, a capital federal rivaliza com Belo Horizonte (MG), então líder do segmento de negócios no Brasil. Até outubro do ano passado, o Distrito Federal acumulava 57 iniciativas do tipo, com 130 empreendedores, uma incubadora de empresas e três investidores. De acordo com Roberto, o número pode ser maior, pois elas abrem e fecham com rapidez. ;A gente vê que Brasília está crescendo nesse ramo. As pessoas têm conversado e trocado ideias. Outro ponto peculiar é que somos a terra dos concursos públicos, e um negócio próprio é uma ótima opção para quem não quer trabalhar para o governo;, afirma.
Com o empreendimento instituído, o empresário mantém o contato com o público-alvo a fim de atualizar o serviço oferecido. ;Os primeiros casos de sucesso no Brasil aconteceram na primeira década do século. Hoje, Brasília tem startups de sucesso, como o Rota dos Concursos, um banco de provas e questões para concurseiros, e o Qual Canal, que monitora comentários em redes sociais. Tivemos um evento chamado Startup Weekend em 2012 e em 2013, em que incentivamos as pessoas a criarem essas iniciativas em um fim de semana;, relata Braga.
Para saber mais
A exemplo do Google
Startup é o nome dado a empreendimentos inovadores que buscam soluções simples a problemas diários e produtos criativos para público e demanda pouco conhecidos. Podem oferecer novas saídas para dificuldades e carências em serviços estatais, por exemplo, ou a monitoração de comentários sobre uma determinada empresa em redes sociais.
A principal característica dessa modalidade de negócio é que os empreendedores utilizam questionários e entrevistas com o público-alvo durante o processo de criação. Dessa forma, é possível solucionar com mais rapidez os próprios erros e, posteriormente, mantém o contato com os usuários. Por causa da necessidade de conhecer melhor o consumidor durante o processo de criação do empreendimento, é comum que os startups apareçam e desapareçam do mercado rapidamente. Algumas grandes empresas renomadas, como o site de buscas Google, encaixam-se nessa categoria.
Em destaque
Trata-se de um aplicativo de celular para profissionalizar quem deseja ser caixa, balconista ou garçom, por exemplo. Voltado para as classes C, D e E, oferece palestras com áudio e perguntas e respostas que fornecem uma pontuação. Empresas cadastradas podem buscar funcionários entre os mais bem classificados.
O site se propõe a facilitar os processos jurídicos de conciliação. O programa reuniria os usuários por meio da internet para agilizar o diálogo entre as partes. Com o uso da ferramenta virtual, a mediação seria mais rápida e pouparia tempo e recursos. O dinheiro economizado poderia
se revertido para melhoria de outros
serviços dos tribunais.
;A gente vê que Brasília está crescendo nesse ramo. As pessoas têm conversado e trocado ideias. Outro ponto peculiar é que somos a terra dos concursos públicos, e um negócio próprio é uma ótima opção para quem não quer trabalhar para o governo;
Roberto Braga, diretor regional da Associação Brasileira de Startups