;A marca tem esse diferencial, são produtos muito exclusivos, a maioria das coisas sou eu mesma que faço. A pessoa bate o olho e já identifica que são da loja;, explica. Cada modelo de vestido, por exemplo, tem apenas 15 peças e Camila avisa logo às clientes para correr e aproveitar as novidades antes que os produtos acabem. Além de participar de feiras de moda, ela mantinha uma loja virtual no início do empreendimento, mas as freguesas começaram a cobrar um contato pessoal com a designer. Por isso, ela decidiu investir no aluguel de um ponto comercial. Agora, Camila vende também shorts, calças e acessórios que ela mesma faz e ainda sapatos que compra de um fornecedor para oferecer um look completo.
A própria empresária atende todas as clientes, das 10h às 18h. Quando precisa sair e comprar algum tecido ou aviamento para a produção, a mãe Maria Luiza e a irmã Juliana ajudam a tomar conta da loja. A rotina é puxada, mas Camila não se arrepende. ;É prazeroso, porque é uma área com a qual me identifico;, diz. Atualmente, a atividade da loja virtual está suspensa, mas deverá ser reaberta em breve, assim que o estoque aumentar. Enquanto isso, ela responde às clientes por e-mail, por mensagem de celular e por pelo menos três redes sociais. Para atender a demanda, ela passou a terceirizar a produção. Depois de desenhar e enviar o modelo, vai até o local checar e aprovar a peça piloto.
Na prática
Formada em publicidade, Camila usou o conhecimento adquirido durante a graduação para desenvolver a marca, mas não teve nenhuma preparação específica para o empreendedorismo, precisou aprender com os erros e acertos na prática. ;Acho que a parte mais difícil é a organização financeira e, antes, eu queria fazer tudo muito rápido. Hoje, estou indo com mais calma para não errar mais;, relata. O principal apoio para a parte administrativa vem do marido, Elvis Portela, que trabalha como consultor de vendas. E, assim, aos poucos, a empreendedora se prepara para encarar os desafios diários. ;A responsabilidade é grande, pois tenho que criar peças bonitas, mas preciso vender também;, conta.
O esforço, porém, vale a pena. Camila vai quase semanalmente aos Correios para enviar encomendas para diversos estados, elas vêm de São Paulo, Goiânia e até de Recife. Volta e meia, algumas cliente de fora vêm visitar a loja em Brasília. ;Estou construindo uma marca e esse é um processo demorado, que agrega vários fatores, a gente passa por altos e baixos. Mas sempre que estava um pouco desanimada, no lugar em que eu menos imaginava, via alguém usando a camiseta da loja. É muito gratificante;, diz.
Camila ainda guarda a lembrança simbólica do início da Menina Palito. No balcão da loja, ela colocou a frente de um Fusca cor-de-rosa, customizado pelo pai, Edson, e pelo marido. A empresária planeja a expansão para um futuro não muito distante. Quer abrir mais lojas e criar um modelo de franquias que permita a pessoas de outras regiões venderem os produtos. Para isso, ela se inspira em grandes marcas brasileiras que se consolidaram na cidade e até mesmo no mercado internacional. ;Eu acho que vou chegar lá, estou caminhando para isso.;