Segundo o balanço do Ministério da saúde, 7,2 mil médicos apresentaram registros inválidos nos conselhos regionais de Medicina (CRMs). Além disso, a pasta identificou 1,2 mil profissionais que fazem residência médica e, portanto, não podem atuar no programa. Apenas 31 entregaram documento confirmando o desligamento da residência. Os números chamam atenção, pois vão ao encontro da suspeita de boicote ao programa. Há três semanas, circulou nas redes sociais uma mensagem que pedia aos médicos que fizessem a inscrição no programa, mas não finalizassem as etapas posteriores, para congestionar o sistema de cadastro. O governo pediu à Polícia Federal que investigasse a denúncia. O inquérito já foi aberto.
Mesmo diante da diferença entre o número de inscritos e o de confirmações, o secretário de Gestão do Trabalho e Educação do Ministério da Saúde, Mozart Sales, comemorou o resultado e não atrelou as inconsistências de cadastro ao suposto boicote. ;A Polícia Federal está fazendo o papel dela. O que o ministério tinha de fazer, fez. E a PF fará a investigação;, disse o secretário. Segundo Sales, o número superou as expectativas do governo, já que haverá outras fases para os médicos se inscreverem no programa.
Em nota, Conselho Federal de Medicina informou que ;os números do balanço final são a prova do forte interesse dos médicos brasileiros em atuarem perante o Sistema Único de Saúde (SUS);. Mas, segundo o CFM, ;os dados confirmam a decepção dos candidatos com a proposta quando constatam a falta e/ou fragilidade de garantias de condições para o exercício da medicina;. Ontem, o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) promoveu uma audiência pública com representantes do Ministério da Saúde, da sociedade civil e de entidades médicas nacionais, para construir um posicionamento sobre a proposta do governo.