Aqui em Brasília, a manifestação teve início às 16h em frente ao Ministério da Saúde. Cerca de 400 médicos, também vestidos de branco, entoaram palavras de ordem e chegaram até a pedir a saída do ministro Alexandre Padilha. Logo depois, o grupo seguiu em direção ao Palácio do Planalto. Várias velas foram acesas em torno de dois caixões ; um com a foto da presidente Dilma e, outro, com a imagem de Padilha ; para representar ;a morte da saúde;. Não houve confronto com a segurança palaciana, mas manifestantes disseram ter sentido reação a spray de pimenta, mas a Polícia Militar negou o uso do produto.
A mobilização nacional foi organizada pelas entidades de classe, depois que a presidente Dilma e o ministro Padilha anunciaram um pacto pela saúde que envolve, entre outras medidas, o chamamento de médicos para trabalhar no interior do país. Segundo o governo, a prioridade é contratar brasileiros, mas, caso sobrem vagas, estrangeiros poderão ser convocados para trabalhar por três anos em áreas carentes, por meio de uma autorização especial que não os obriga a fazer o exame de revalidação do diploma médico (Revalida).
;Os médicos podem vir, desde que revalidem o diploma. Então, não pode ser colocada em prática essa proposta do ministro de botar os estrangeiros para trabalhar no Sistema Único de Saúde (SUS) sem passar por concurso;, disse o presidente da Federação Nacional dos Médicos (Fenam), Geraldo Ferreira, que participou do ato em Brasília. Ainda ontem, a direção do Conselho Federal de Medicina (CFM), Carlos Vital, foi recebido na Casa Civil pelo ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, com quem discutiram a ;importação; de profissionais, a Lei do Ato Médico e investimentos em saúde.
Ato Médico
Representantes de 14 entidades de profissões ligadas à área da saúde, como enfermagem, fisioterapia e psicologia, além do CFM, reuniram-se ontem com o Ministro Alexandre Padilha, para debater o polêmico projeto de lei conhecido como Ato Médico, que está para ser sancionado pela presidente Dilma até o dia 12. A proposta regulamenta a medicina e torna o diagnóstico de doenças e a prescrição de tratamentos como condutas exclusivas dos médicos. Temendo ficar reféns desses profissionais, as outras categorias da saúde posicionam-se contra a matéria e pedem que a presidente vete vários pontos do texto.