A educadora Maria Madalena Torres faz parte do Fórum de Educação de Jovens e Adultos do Distrito Federal, uma entidade que reúne representantes do governo, dos docentes e dos alunos da EJA. Para ela, o sistema ideal deveria permitir o estudo a distância ou semipresencial. %u201CFalta espaço para as pessoas que trabalham à noite, como garçons ou frentistas. Seria interessante permitir a matrícula a qualquer tempo, sem a obrigação de frequência e com a oferta de plantões de dúvidas, por exemplo%u201D, comenta Maria Madalena.
A especialista também defende o uso de uma metodologia específica para a EJA, já que muitas escolas usam livros didáticos do ensino regular, elaborados para a realidade de crianças e adolescentes. %u201CNão dá para usar o mesmo método do ensino regular. É preciso adaptá-lo para a realidade dos jovens e adultos, com temas geradores que afetem a vida deles. É necessário trazer o mundo deles para ser discutido dentro da sala de aula. O DF precisa de mais turmas de EJA e também aliar a educação com profissionalização%u201D, finaliza Maria Madalena Torres.
De olho no futuro
O estudante Luciano Ferreira de Souza, 40 anos, já largou a escola cinco vezes. Agora, ele cursa o segundo segmento, que equivale às séries finais do ensino fundamental, em um colégio público de Ceilândia. Deficiente visual e com parte dos movimentos da mão esquerda comprometida, ele pretende finalmente concluir os estudos. %u201CQuero ter um futuro melhor e sonho trabalhar com artes e com publicidade%u201D, revela o estudante, que pinta e desenha.