Jornal Correio Braziliense

Trabalho e Formacao

Prova da 2ª fase do VII Exame da OAB é neste domingo

A prova da 2ª fase do VII Exame Unificado da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) será neste domingo (8/7). 45.884 estudantes e bacharéis em direito vão fazer o teste. A professora de educação física formada em direito Silvana Cadilhe é uma delas. Ela só vai saber se passou em 27/7, depois que a Fundação Getúlio Vargas (FGV) (organizadora do certame) divulgar a lista de aprovados. Silvana se formou em direito no Iesb (Instituto de Educação Superior de Brasília) em 2010. Pegar o diploma, porém, não foi sinônimo de tranquilidade, pois ainda faltava passar na prova da OAB para poder exercer a profissão. Para seu descontentamento, passou apenas na 1ª fase do teste em 2011. %u201CFiquei arrasada e desanimei muito com a carreira de advogada. Quem não passa sofre bullying social. É marginalizado por não ter carteirinha da OAB, porque ser bacharel em direito não vale de nada%u201D, reclama. Para Silvana, a prova da OAB cobra mais %u201Cpeguinhas%u201D do que conhecimento em direito. Neste ano, ela passou na 1ª fase novamente e se prepara para a prova da 2ª fase que acontece no domingo. Para melhorar o desempenho, ela apostou no estudo em grupo: %u201CEstudo das 8h às 18h com um grupo de amigas e à noite faço cursinho para me preparar. Estudando com amigas, cada uma dá força e incentiva a outra, mesmo assim, ainda estou muito ansiosa e nada tranquila%u201D. Silvana critica o método de ensino das faculdades de direito: %u201CAs faculdades ensinam tudo fragmentado de um jeito muito teórico. Para preparar os alunos para a OAB é preciso da prática, porque só assim dá para entender todos os conteúdos juntos, o macro. Deveria ter prática desde o 1º semestre do curso%u201D. Ela sugere que a aprovação na 1ª fase devia ter uma validade maior: %u201CMuitos candidatos passam na 1ª fase e não passam na 2ª. E aí, na próxima prova, tem que fazer a 1ª etapa de novo. A prova da 1ª fase da OAB deveria ter validade de, pelo menos, dois anos%u201D. Prova da 2ª fase da OAB A FGV divulgou em 27/6 os locais de realização do exame. Em Brasília, os candidatos farão a prova no UniCeub, localizado na 907/707 Norte. O início é às 14h e a duração de cinco horas. Foram classificados para o certame 2.296 examinandos, que deverão se apresentar no local com comprovante de inscrição e do documento de identidade. As provas só podem ser feitas com caneta de tinta azul ou preta fabricada em material transparente. A OAB/DF recepcionará os candidatos com um kit que inclui barra de cereal, caneta e água. Para os estudantes de outros estados, acesse o edital da seleção para saber a lista de locais. A avaliação é aplicada pelo conselho federal da OAB e é requisito necessário para a inscrição nos quadros da OAB como advogado. No último exame, a Universidade de Brasília (UnB) teve um índice de 72,5% de aprovação. a UDF aprovou 37,50% e o Ceub aprovou 34,13% dos candidatos. A Universidade Católica de Brasília (UCB) teve êxito com 28,67% de seus candidatos. Uma das unidades do Iesb aprovou 29, 45% e outra 18,75%. Para ver o desempenho de todas as instituições no exame do ano passado, acesse o site. Os índices revelam que muitos bacharéis se formam, e não são admitidos na Ordem dos Advogados do Brasil logo em seguida. É o caso de Driele Carolina Nogueira Campos. Ela se formou em direito no fim de 2010. De la para cá, fez o exame de ordem cinco vezes. Para ela, a segunda fase do exame é a mais complexa e depende muito da primeira fase. %u201CA FGV costuma fazer uma prova mais difícil na segunda fase se houver muita aprovação na primeira fase%u201D, conta Driele. Ela afirma que espera uma prova complicada. %u201CNa primeira fase teve quatro anulações. Por isso, acredito que a FGV irá fazer uma prova mais difícil.%u201D Para essa prova Driele teve cinco semanas de preparação. Fez cursinho específico para segunda fase e passou a se dedicar exclusivamente ao exame. %u201CÉ necessário uma dedicação a essa prova. A aprovação só depende da gente%u201D, conclui. Dicas para ser aprovado O Eu, estudante conversou com o advogado Maurício Gieseler, que mantém o blog Exame de Ordem. Gieseler explicou o bê-a-bâ da segunda fase do exame e no final deu dicas para os candidatos. A prova da 2ª fase do Exame da OAB é uma prova prático-profissional, ou seja, o candidato responderá uma questão processual da área que escolheu. As áreas de escolha foram direito administrativo, direito civil, direito constitucional, direito do trabalho, direito empresarial, direito penal e direito tributário. Essa prova vale 10 pontos e é dividida em duas partes. Para ser classificado o candidato deve ter uma nota mínima de seis pontos. A primeira parte é uma redação de peça profissional, que vale 5 pontos. Para Gieseler, essa questão é o núcleo da prova:%u201CA peça profissional vale cinco pontos, se o candidato errar como abordar a parte processual, está eliminado da prova%u201D. A segunda parte é composta por quatro questões práticas, sob a forma de situações-problema, valendo, no máximo, 1,25 pontos cada. %u201CNessa parte o candidato deve ter celeridade e responder bem, com coerência%u201D, diz Gieseler. Para Maurício Gieseler o candidato deve administrar o tempo da prova. A primeira parte que consiste em fazer uma redação de uma peça profissional é a mais complexa e demanda mais tempo. %u201CAs questões práticas devem ser feitas, no máximo, em uma hora e meia, e o restante do tempo deve ser dedicado à peça, que é complexa e vale cinco pontos.%u201D Confira cinco dicas do Gieseler para os candidatos da 2ª fase do exame de ordem: 1 Não fazer rascunho. O candidato não terá tempo para completar a prova, por isso, deve criar um esquema de respostas e responder em definitivo; 2 Administrar o tempo da prova. Responder as quatro questões da segunda parte em cerca de uma hora e meia. A redação demanda mais tempo e atenção; 3 Tomar cuidado com a margem. Escrever a redação com padronização, pois, esses erros tiram ponto. Para cada tema de direito, seguir os três passos a baixo: 4 Montar uma estrutura coerente, seguir uma logística. O candidato deve ter uma estrutura antes de escrever a resposta e manter uma coerência. i) Primeiro o candidato deve descrever o que foi apresentado. ii) Em seguida, o candidato descreve o fundamento jurídico mais adequado à solução do problema; iii) O candidato finaliza, escrever um final coerente, para o texto não ficar sem pé, nem cabeça. 5 Se precaver contra a banca. Nesta fase, a banca comete mais erros de interpretação. Ter clareza e lógica. Para o blogueiro, o momento de estudo já se esgotou, o candidato deve agora ler o vade mecum e fazer uma revisão processual da sua área. %u201CO candidato deve estar afiado com a parte processual, é o que mais pesa durante a prova%u201D, explica. Para revisar o conteúdo, o blog de Maurício Gieseler oferecerá, juntamente com o Portal Exame de Ordem, uma aula de revisão gratuita. Os professores irão fazer uma revisão no sábado, 7/7 via Facebook. Os interessados devem curtir a página, onde será divulgado o link para a transmissão da aula.