O nível de dificuldade foi considerado razoável até por quem não teve dedicação total aos estudos, como Rafael Cavalcante, 30 anos, que fez a prova para o cargo de administrador do Ministério da Justiça. ;Não estudei como deveria para esse concurso, mas também não achei as questões difíceis. A prova estava boa;, relatou. Rafael já é servidor público da Agência Nacional do Petróleo (ANP), mas disse que tem como objetivo entrar no Banco Central. ;Esse concurso, para ser sincero, faz parte da preparação ao cargo que desejo no BC;, admitiu.
Adriana Costa, 34, também não teve tempo disponível para se lançar aos livros como gostaria. Ela é consultora e presta serviços à Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO). Para ela, o serviço público é sinônimo de segurança. Adriana disputou uma vaga de analista técnico-administrativo. ;A prova foi justa e bem elaborada. Até mesmo na etapa discursiva, os assuntos abordados foram pertinentes e bastante difundidos pela mídia. São, aliás, discussões muito importantes que não poderiam faltar em um exame desse nível;, argumentou. Já Mariana Assis, 28, que tentou a única vaga para contador, no Ministério da Justiça, estava convicta do sucesso. ;Estudei muito. Tenho certeza de que essa eu levo;, brincou.
Os portões da Universidade Paulista (Unip), que recebia os candidatos do 30; concurso para promotor de Justiça adjunto do MPDFT, foram fechados às 14 horas e ninguém chegou atrasado. Uma boa parte dos candidatos vinha de outros estados com malas de variados tamanhos. O que chamou a atenção a quem observava a entrada dos bacharéis em direito era o verdadeiro desfile de moda das moças. O cheiro de perfume exalava no ar em meio a uma silenciosa competição de trajes bem alinhados e sofisticados acessórios.
Das bolsas, aos cintos, brincos e óculos de sol, tudo parecia ter sido cuidadosamente escolhido. A maioria, materiais importados. Em alguns casos, até a mala de viagem combinava com as vestes de marca das mulheres. Nos rapazes, o contrário, visual discreto. Os mais despojados, porém, tiveram que voltar para casa ou pedir socorro a amigos e vizinhos. Não prestaram atenção nos detalhes do edital e não viram que era proibido fazer as provas de bermudas.