No caso das disciplinas de direito, nem entre as provas de níveis médio e superior o edital traz grandes diferenças. De acordo com o professor Ricardo Blanco, que leciona direito administrativo no curso preparatório Vestcon, candidatos com maior escolaridade devem ficar atentos à jurisprudência. ;A banca Cetro costuma cobrar o texto literal, mas é sempre bom ler sobre a interpretação da lei;, afirma. Segundo Blanco, atos administrativos e administração direta e indireta são temas obrigatórios no plano de estudos do concurseiro. ;Quem tem nível superior deve ficar atento também à Lei de Licitações;, complementa.
Em direito constitucional, o candidato precisa estudar o sistema tributário na Constituição Federal. O assunto é raro em provas de nível médio, mas estará presente na prova do Ministério das Cidades. ;Como o tema é novo, ele deve aparecer no concurso sem cobrar tanta interpretação da lei;, indica o professor Arthur Tavares, do IMP. Outra matéria certa no certame, segundo Tavares, são os princípios fundamentais da Constituição. ;Deve-se tomar um cuidado particular com o artigo 5;, que sempre é cobrado e tem um texto bem longo;, afirma.
Língua portuguesa é um dos assuntos que mais reúnem questões nas provas do Cetro, segundo o professor Albert Iglésia, do Ponto dos Concursos. De acordo com ele, o candidato deve ter atenção ao fato de a banca cobrar mais de um tema de gramática dentro da mesma questão. ;Os itens geralmente tratam da aplicação da regra gramatical de forma mais objetiva. Portanto, o candidato precisa estar com as normas na ponta da língua para fazer uma interpretação aguda dos enunciados;, afirma. Iglésia sugere também que assuntos como vírgula, casos proibidos de crase, concordância, emprego dos pronomes ;lhe; e ;o; e colocação pronominal são cobrados na maioria das provas. ;Quem almeja um bom desempenho no concurso não pode negligenciar o estudo desses tópicos.;
Conhecimentos específicos
Além das disciplinas gerais, cada concurseiro deverá responder a 30 questões de conhecimentos específicos, nos casos da prova de nível superior, ou 20, para nível médio. Como a banca Cetro não é tão conhecida, o melhor é procurar concursos antigos para saber como os examinadores cobram os itens. ;Caso não encontre outros certames do Cetro, o candidato pode resolver itens da Fundação Carlos Chagas e da Fundação Getulio Vargas, que têm estilo de prova parecido;, sugere Arthur Tavares.
A secretária Patrícia Magalhães, 35 anos, sabe em quais disciplinas deve focar para conseguir uma das nove vagas de analista técnico administrativo C1. Formada em letras, ela domina a língua portuguesa, mas tem consciência de que não deve relaxar. ;Tenho realmente muita facilidade, mas dou uma revisada sempre para não perder o ritmo e também porque gosto muito de estudar a matéria;, comenta.
Disciplinas relacionadas ao direito também são fáceis para Patrícia, que costuma conseguir bons resultados nessas questões. Para ela, o problema está nos itens de informática e de raciocínio lógico, mas algumas estratégias ajudam nos estudos. ;Faço sempre os itens mais difíceis, então, vejo onde estão minhas dúvidas e depois consigo tirá-las;, conta. A secretária aproveita o horário de almoço no trabalho para assistir a videoaulas.
O que diz o edital
Vagas: 130
Cargos:
; Nível médio: agente administrativo (78) e técnico em contabilidade (2)
; Nível superior: arquivista (2), contador (2), economista (8), estatístico (1), técnico em comunicação social (2) e analista técnico administrativo (35)
; Salários: R$ 2.153,22 (agente administrativo e técnico em contabilidade), R$ 3.225,42 (arquivista, contador e técnico em comunicação social) e R$ 4.834,22 (economista e estatístico)
; Inscrições: até 27 de maio
; Provas: 14 de julho
; Taxas: de R$ 39 a R$ 49
; Edital: www.cetroconcursos.org.br
Conselho
pede revisão
O Conselho Regional de Administração do Distrito Federal (CRA/DF) anunciou, em nota, que vai entrar com recurso administrativo para pedir que os requisitos para o cargo de analista técnico administrativo C1 sejam revistos. De acordo com a entidade, a função deveria ser restrita a profissionais formados em administração, e não em qualquer formação de nível superior, conforme exige o edital. O Ministério das Cidades tem até amanhã para analisar a solicitação.