Jornal Correio Braziliense

Trabalho e Formacao

Fiscais da cultura

Legislação específica sobre o funcionamento do ministério, além de orçamento público, gramática e licitações, estão entre os conteúdos necessários para garantir uma das 83 vagas oferecidas pela pasta

O concurso do Ministério da Cultura vai selecionar profissionais para atuar na fiscalização de projetos culturais apoiados pelo governo federal. São 83 vagas de técnico de nível superior e as provas estão marcadas para 7 de abril. O certame, organizado pelo Instituto Cidades, terá 50 questões de múltipla escolha, além de dissertação sobre algum tema relacionado à área.

A perspectiva de poder trabalhar diretamente com a cultura nacional chamou a atenção da turismóloga Ana Beatriz Nóbrega, 34 anos. Afastada da área há 10 anos, ela raramente presta concursos e trabalha como secretária em um escritório de advocacia. ;Decidi tentar essa prova porque o cargo no Ministério da Cultura é o que mais se aproxima da minha área;, conta.

Ana Beatriz concentra os estudos pela manhã, enquanto ainda não está no escritório em que trabalha. ;Não me matriculo em cursinhos por causa do alto preço e porque não tenho tempo;, afirma. Porém, ela reconhece que disciplinas específicas da área cultural ou do direito exigem conhecimentos além dos que são expostos nas apostilas. ;Assisto a videoaulas, porque não dá para entender completamente essas matérias apenas com leitura, sem explicação;, relata. Para economizar, a candidata montou um grupo de estudos com cinco amigos concurseiros. Eles se reúnem esporadicamente para assistir às videoaulas, compradas em conjunto.

A prova cobrará questões de português, língua estrangeira (inglês ou espanhol), noções de informática, administração pública, finanças públicas e detalhes do setor de cultura do governo, como o funcionamento do Ministério da Cultura e as leis que tratam do fomento à atividade cultural. O professor Ricardo Blanco, especialista em direito administrativo do curso preparatório Vestconcursos, afirma que o candidato deve esperar do Instituto Cidades enunciados diretos e objetivos, sem grandes textos que exijam interpretação. ;É uma banca que apenas copia e cola o texto da lei para o aluno avaliar durante o exame;, afirma.