Jornal Correio Braziliense

Trabalho e Formacao

Conheça as histórias dos primeiros colocados na 2ª chamada do vestibular

A segunda chamada do vestibular do 2; semestre de 2012 da Universidade de Brasília, divulgada na segunda-feira (17/9), aprovou mais 279 candidatos. Para estes estudantes, que precisaram contar com a paciência na espera da data do resultado por conta das greves dos professores e servidores da instituição, a aprovação veio com gosto de superação e surpresa. O Eu,Estudante conversou com os três primeiros colocados da segunda chamada. Conheça a história deles. Tuzza Back Carrijo, 18 anos A estudante foi a 1; colocada na 2; chamada do vestibular. Aprovada para o curso de medicina ; o mais concorrido da instituição ;, ela conta que sempre quis ser médica e admite que sabia que seria necessário estudar muito para conquistar a vaga. "Sempre fui estudiosa, sempre gostei de ter um bom boletim. Até a 8; série (atual 9; ano) estudei em colégio pequeno, os professores conheciam a gente pelo nome. Isso me deu uma boa base para que, no ensino médio, eu continuasse me esforçando para conquistar meu sonho", afirma Tuzza. No fim do 3; ano do ensino médio, em 2011, Tuzza prestou vestibular para a UnB e para a Escola Superior de Ciência da Saúde (Escs) e não foi aprovada. Depois disso, o cursinho pré-vestibular de seis meses foi um desafio para a estudante, que era acostumada com boas notas e com a expectativa constante de professores e familiares. "Foi muito complicado. Você se sente mal consigo mesma quando algo que você espera não acontece. Os professores tentam dar apoio, mas só com perseverança se consegue", afirma a caloura. Durante o cursinho, a rotina de estudo era puxada. O dia começava às 7h da manhã. O intervalo de almoço, de apenas uma hora, era feito em casa e, às 14h, a estudante voltava para o cursinho para estudar até as 23h, quando saía com o desligar das luzes e o fechar das portas do prédio. "Ia para casa apenas para dormir. Fiquei amiga dos porteiros. Eles pediam para eu sair porque não podiam perder o horário do ônibus", relembra, rindo. Embora não esperasse passar no vestibular do meio do ano por conta da forte concorrência, Tuzza corrigiu a prova com o gabarito oficial e se surpreendeu. "Eu tinha ido muito bem. Quando saiu o resultado da primeira chamada fiquei abatida, mas não desanimei. Vi o espelho de desempenho e eu tinha ficado na 30; colocação, de 28 vagas. Continuei estudando, mas sempre com esperança", relata. Foi o pai da estudante que viu o nome da filha na lista de aprovação. Reunidos na UnB, pai, mãe, três irmãos e os padrinhos da nova universitária comemoraram a conquista. O sentimento é resumido, mas forte: "Foi incrível, é incrível". Ana Virgínia Torquato de Aquino, 18 anos Moradora de Fortaleza, no Ceará, a segunda colocada da segunda chamada do vestibular teve que percorrer 2,2 mil quilômetros para fazer as provas da UnB. Aprovada em medicina, a estudante não possui familiares na capital federal e nem nasceu no Ceará. Natural de Cuiabá, no Mato Grosso, Ana Virgínia mudou-se sozinha para a casa dos avós, em Fortaleza, em busca de melhores oportunidades de estudo. "Vim fazer o resto do ensino médio no Ceará por necessidade. Sempre fui estudiosa e sempre quis algo maior do que as oportunidades que minha cidade oferecia. Ou vinha para Fortaleza, ou ia para São Paulo, como tenho família aqui, era mais fácil", detalha a estudante. Desde que terminou o ensino médio em 2011, Ana Virgínia prestou vestibular para as universidad es Estadual e Federal do Ceará, para a estadual do Mato Grosso, para a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e para a UnB, além de fazer a prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Aprovada para a segunda fase da Unicamp e da Estadual do Ceará, a cuiabana se apaixonou pela UnB. "O conceito da universidade é muito bom. Me interessei pela proposta inovadora, pelos corredores amplos, pelas salas do pavilhão que me deixavam ver a grama e a parte de fora da sala", destaca ela. Ana recorda que saiu com mau pressentimento do primeiro dia de prova. O pai, por telefone, foi quem convenceu a filha a fazer o segundo dia de vestibular. Com o resultado negativo na primeira chamada, a estudante vo