O presidente da Proifes-Federação, Eduardo Rolim, critica o edital da transação, que define que 40% do lucro seja destinado ao governo brasileiro: ;Enquanto em Angola, o governo embolsa 60% da exploração e, na Noruega, 80% do lucro vai para as mãos do estado, o Brasil ficará com apenas 40%. Esse valor é muito baixo.; Eduardo avalia que a situação é crítica e não pode continuar. ;75% dos royalties do petróleo vão para educação e 25% para saúde, como instituído em lei. Está na hora de o povo brasileiro se preocupar com isso. Se podemos ter um lucro muito maior, porque pedimos isso? É uma condição favorável para as empresas estrangeiras e um verdadeiro prejuízo para o Brasil".
Gil Vicente Reis, professor da Universidade Federal de São Carlos e diretor da Proifes-Federação, esclarece que a área negociada é o maior campo de petróleo do mundo: ;O campo de Libra concentra, no mínimo, dez bilhões de barris de petróleo, o que equivale a R$ 3 trilhões ou 65% do Produto Interno Bruto brasileiro. Isso é suficiente para resolver todos os problemas de educação e saúde nos próximos 15 ou 20 anos;. Gil Vicente acredita que é um desperdício entregar esta fonte de verba para outros países: ;Queremos cancelar esse leilão não apenas por causa da educação, mas também por causa de áreas como saúde. Não temos nada contra os chineses e outros estrangeiros. Só queremos que a riqueza brasileira continue no Brasil para resolver os problemas sociais daqui;.
As entidades da educação propõe a instituição de um novo marco regulatório para a exploração do petróleo e pedem que que o campo de Libra seja explorado apenas pela Petrobras. Se o leilão de 21/9 não for suspenso, a Petrobras terá de concorrer com outras dez empresas de Colômbia, Japão, Índia, Portugal, Malásia, França, China, Inglaterra e Holanda. Os representantes das entidades têm esperança de que a presidente Dilma Rousseff ainda se manifeste sobre a carta enviada por eles.