O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, quer a reposição integral das aulas interrompidas pela greve dos professores nas instituições federais de ensino superior (Ifes), mas não ordenará aos reitores das universidades e diretores dos institutos que cortem o ponto dos docentes que não retomarem às atividades.
;Isso compete ao Ministério do Planejamento e à Advocacia-Geral da União [sobre corte do ponto];, disse o ministro à Agência Brasil. Mercadante lembrou que ;havia uma liminar que impedia o corte de ponto dos servidores; e que ;a liminar caiu;. Segundo o ministro, o presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), [Ari Pargendler], recomendou o corte do ponto.;Ele disse que é fundamental que seja feito [corte do ponto], mesmo que a greve seja legal e justa, porque não se prestou o serviço;, disse.
Apesar da referência à desição da Justiça, Mercadante adotou postura conciliatória. ;Nós lutamos para que haja esse entendimento para que haja uma política de reposição. É muito importante que os alunos não paguem um preço que já pagaram. A prioridade do MEC [Ministério da Educação] continua sendo a reposição integral das aulas.;
O ministro abriu hoje (30) a reunião ordinária do Fórum Nacional de Educação, formado por representantes do Poder Público e da sociedade civil. Ao chegar ao encontro, grupo com dez manifestantes pediu ao ministro que o governo retome a negociação com os professores e melhore a proposta.
Conforme Aloizio Mercadante, ;não há a menor possibilidade de negociação porque o orçamento [da União] já foi encaminhado ao Congresso; e que ;nem há possibilidade institucional porque nós não podemos negociar nada para o ano que vem que não tenha previsão orçamentária.;
Para Mercadante, os servidores das Ifes receberam ;o melhor reajuste de todos os servidores públicos do Brasil, e talvez de todas as categorias.; ;Eles vão receber, no mínimo,13% em março do ano que vem, e a média é 16,5%. O que eles vão receber em março é mais que todo o resto do funcionalismo vai receber em três anos. Além disso, eles vão continuar recebendo, no mínimo, 25% até 40% de reajuste.;