. Baseada no argumento de que a descoberta, ao contrário da invenção, não é patenteável, a Conferência Geral da Unesco, em 29;. Sessão, em 1997, embargou iniciativas de patenteamento das novas tecnologias envolvendo manipulação do genoma humano e garantiu a confidencialidade desta matéria, inibindo também ações de discriminação genética.
Em 2005, com a Declaração Universal da Bioética dos Direitos Humanos, a Unesco expandiu o que estava restrito ao campo biomédico e bioético para os campos social, sanitário e ambiental. Após finalizar seu último relatório, em 2011, voltado para o princípio da não discriminação e para a não estigmatização, a Organização debaterá agora sobre o princípio do compartilhamento de benefícios. ;Apenas uma ínfima parte da população se beneficia dos avanços tecnológicos;, diagnostica Volnei.
O Comitê Internacional de Bioética da Unesco é formado por representantes de 36 países - quatro da América Latina. Os mandatos são de dois e quatro anos e a renovação de um mandato, como a que ocorre com o professor Garrafa, é rara no histórico da Unesco
CARREIRA
Nascido em Três de Maio (RS), Volnei Garrafa é especialista em Cancerologia Bucal pela Associação Paulista de Combate ao Câncer e doutor em Ciências pela UNESP. Seu pós-doutorado é em Bioética pela Universidade La Sapienza, orientado pelo bioeticista e ex-senador italiano Giovanni Berlinguer.
Volnei ingressou na UnB em 1973. Membro do Conselho Diretor da Fundação Universidade de Brasília (FUB), coordena o Curso de Especialização em Bioética, pioneiro no Brasil, com funcionamento regular desde 1998. Em 2008, coordenou a criação do Programa de Mestrado e Doutorado em Bioética da universidade.
O professor também coordena a cátedra Unesco de Bioética da Universidade de Brasília. A Unesco tem cerca de 500 cátedras no mundo, a da UnB é a única no Brasil. "A outorga do título é um reconhecimento ao programa de pesquisa realizado pela UnB na área, de relevânica internacional", avalia Volnei.