Garota não tinha nome. Era apenas uma besta de carga que apanhava bastante do próprio dono. Chegou ao Ceni bem magrinha, cheia de marcas e carregando pesadíssimos materiais de construção. Ao ver aquela situação, a professora Rita Gomes ficou pasma e deu um jeito naquilo.
; Rita perguntou ao carroceiro quanto cobrava por aquela égua, e acredite, ela pagou o preço de um cavalo de raça, disse Clemes Menegassi, diretora da escola. Quando Garota passou a viver na escola ; , há mais ou menos 17 anos ; não demorou muito para que todos ganhassem simpatia por ela.
A diretora disse que a égua é dócil, muito respeitadora. E é por isso que as crianças se sentem tão seguras na equoterapia. No início, sempre tem muita tensão. João Antônio Leiva, de 1 ano e 6 meses, mal conseguia dizer algumas palavras, mas chorava aos berros quando via o animal. Hoje em dia, veja só, monta como se fosse profissional! Outras crianças também compartilham dessa alegria.
Até os menos corajosos dão um jeitinho de se envolver com Garota. Lucas Maciel, 9 anos, não brinca muito com a égua, mas desenvolve um projeto de pesquisa em que estuda o comportamento do animal.
; Pesquisei o nome científico dela, os sons que ela faz, e agora estou fazendo entrevistas para saber de quais cuidados ela precisa e quanto gastam com tudo, explica.
Aliás, quem conhece bem essa menina é Jardel Reis, que trabalha na escola e cuida dos animais que lá vivem. O caseiro garante que ela é tratada como uma princesa:
; Em dias de terapia, ela toma banho, é escovada, celada e levada até os alunos. Em geral, come milho, ração e feno. É danada, muito esperta. Só falta falar.