;Quando falamos em ciência e tecnologia, isso envolve bastante as ciências exatas, mas elas andam junto com as ciências sociais e humanas. Apesar de consumirmos muita tecnologia, continuamos sendo seres humanos;, afirma o coordenador da 28; Mostratec, André Luís Viegas.
;As pessoas só querem saber de tecnologia. Não veio quase ninguém ver o nosso trabalho ontem porque queriam visitar a parte de robótica e de medicina;, reclama Julia Gliksberg, 16 anos. Ela e o colega Daniel Kripka, 16, cursam o 2; ano do ensino médio em uma escola particular de São Paulo e analisaram o processo de alfabetização de alunos surdos na rede pública e particular de ensino. O projeto propõe iniciativas básicas para inclusão dos surdos na sociedade.
[SAIBAMAIS]Andiara Artman, 17 anos, Alice Coan, 18, e Aldren Ávila, 18, alunas do curso técnico em gestão cultural do Instituto Federal Sul-Rio-Grandense (IFSul), perceberam a importância de cultivar a história do Cine Marabá. As três fizeram um projeto de reconstituição da trajetória desse patrimônio imaterial da cidade, que foi fechado em 2002. Enquanto a lógica do progresso econômico fez a prefeitura privilegiar obras de infraestrutura, essa importante parte da cultura da cidade ficou de lado. A participação na edição de 2013 da Mostratec foi uma maneira de compartilhar a história. ;Esse movimento de países é uma forma de interagir com outras culturas;, afirma Alice.
Tecnologia a favor da saúde
Os projetos da área de exatas, no entanto, não deixam de lado o desenvolvimento social. Na 28; Mostratec, vários deles têm como mote sustentabilidade e inclusão. Leonardo Erick Bohn, 19 anos, e Maurício Barcelos Haag, 20, projetaram uma caixa eletrônica para transporte de órgãos. Hoje, cerca de 27% dos órgãos doados não podem ser usados por problemas no transporte, de acordo com o Ministério da Saúde. ;São 8 mil pessoas que poderiam ser salvas;, lembra Erick.
As pastilhas termoelétricas que os pesquisadores usaram mantêm a temperatura ideal para o órgão ; de 2 a 6;C ; de maneira mais eficiente do que o gelo, usado atualmente. O estado de conservação adequado contribui para aumentar a sobrevida dos pacientes transplantados. Dois protótipos já estão prontos e foram testados com órgãos bovinos. ;Ainda tem muito trabalho a ser feito, mas para um primeiro ano consideramos que avançamos muito;, conclui Maurício.
*A jornalista viajou a convite da Fundação Liberato