A Universidade de Brasília (UnB) expulsou 15 estudantes acusados de fraudes no sistema de cotas raciais. A decisão foi assinada nesta segunda-feira (13/7) pela reitora da instituição Márcia Abrahão.
Além dos 15 alunos, outros dois egressos de direito tiveram os diplomas cassados e oito, que já estavam afastados da universidade por outros motivos, tiveram créditos anulados. Quatro dos estudantes expulsos eram de medicina, quatro de direito, três de ciências sociais, um de letras, um de ciências da computação, um de engenharia de software e um de medicina veterinária.
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De acordo com a UnB, 73 alunos foram descartados do processo, seja porque tinham direito de fato às cotas raciais, ou porque não tinham se beneficiado dessa reserva de vagas. Outros 28 continuaram na investigação. Todos tiveram direito à ampla defesa.
Trata-se de uma decisão inédita na instituição. A universidade afirma que continua atenta a eventuais casos de fraude.
Denúncias
No início de junho deste ano, iniciou-se nas redes sociais um movimento de exposição de casos em que cotas foram fraudadas. Em perfis anônimos foram divulgadas imagens de universitários de visual branco que possivelmente fraudaram o processo seletivo que beneficia pessoas de baixa renda negras ou indígenas.
O caso ganhou repercussão e no Distrito Federal, um estudante acusado pela perfil do twitter “fraudadores de cota da UnB” entrou com ação na Justiça. O juiz titular da segunda Vara Cível de Ceilândia determinou que o Twitter excluísse da rede social mensagens postadas pela página, além de e entregar os dados cadastrais dos perfis que proferiram comentários agressivos contra o autor da ação, sob pena de multa de R$ 1 mil por dia de descumprimento.
Na época, a UnB informou em nota que “as denúncias mais recentes (de fraude) estão sendo analisada por uma comissão do Decanato de Ensino de Graduação” e que “a instituição só pode apurar denúncias formais, feitas por meio da Ouvidoria (ouvidoria@unb.br)”.