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Jovem do agreste alagoano conquista vaga em intercâmbio em Harvard

Natália Ribeiro, 23 anos, vai estudar economia durante um ano em uma das universidades mais prestigiadas do mundo; ela cursa relações internacionais na UFSC

Natália Cecília Carvalho Ribeiro, 23 anos, alagoana de Arapiraca e estudante de relações internacionais da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), vai estudar economia durante um ano em uma das universidades mais prestigiadas do mundo, a Universidade Harvard, que fica em Cambridge, nos Estados Unidos. Ela foi selecionada pelo programa de intercâmbio Visiting Undergraduate Student.
 
 
A jovem vai estudar na Faculdade de Artes & Ciências. Nesse câmpus, 157 estudantes venceram o Prêmio Nobel e outros 48, o Prêmio Pullitzer — premiação dada a profissionais que realizam trabalhos de excelência nas áreas de jornalismo, literatura e composição musical.
O sonho de estudar fora do país foi incentivado por um vídeo feito pela hoje deputada federal, Tabata Amaral. "Em 2018, vi um vídeo da Tabata Amaral falando sobre a trajetória dela quando foi estudar fora. No vídeo, ela foi tão honesta, tão genuína sobre não ter sido fácil... Ela contou dos procedimentos que fez para conseguir. Então, pensei que aquela realidade também poderia se aplicar para mim", diz a estudante.
A trajetória de Natália até realizar o sonho de estudar em Harvard não foi fácil. Esta foi a segunda tentativa da jovem de fazer intercâmbio na instituição. "Eu tenho um melhor amigo aqui na universidade, no Sul. Às vezes, quando eu pensava em desistir de estudar até mais tarde na biblioteca, porque estava cansada, ele pegava na minha mão e falava que a gente ia estudar até a biblioteca fechar", relembra Natália.
Quando recebeu a notícia de que havia conseguido a bolsa, Natália se emocionou muito. "Eu chorei por duas horas. Tinha uma lista em um caderninho de pessoas que eu tinha que ligar para agradecer, mentores, professores, amigos, por eles terem me dado carta de recomendação e direcionamentos", relata.
Trajetória   
A jovem se formou no ensino médio no Colégio São Francisco de Assis, escola particular situada em Arapiraca, cidade distante cerca de 130 km de Maceió. Após ingressar na faculdade, a estudante de relações internacionais tem se destacado na UFSC.
Natália foi embaixadora da Brazil Conference, evento organizado pela comunidade brasileira que vive em Boston, também nos Estados Unidos. Ela também foi selecionada para participar de um congresso da Organizações das Nações Unidas (ONU), focado em desenvolvimento econômico sustentável para os países da América Latina.
Expectativas
Natália conta que as expectativas são altas para ficar um ano estudando nos Estados Unidos. Ela ainda não sabe como as aulas vão ser. Inicialmente, ela imagina que as sessões devem ser on-line, por causa da pandemia de covid-19. 
O grande desejo da jovem, após realizar todos os sonhos acadêmicos, é retornar ao estado. "Meu sonho, depois de fazer mestrado e doutorado, é voltar para Alagoas e trabalhar em uma grande empresa, numa pasta voltada para impacto social. Meu grande desejo é trabalhar com empreendedorismo social de impacto", revela Natália, que usa o chapéu de couro típico do Nordeste para relembrar as próprias origens.
Incentivando outras pessoas
Após receber muitas mensagens de outros estudantes que também têm vontade de estudar fora do país, Natália resolveu criar uma conta no Instagram chamada Nordeste Nerd para divulgar histórias de alunos que conseguiram realizar o sonho de estudar fora, e também para divulgar oportunidades de bolsa e processos seletivos de universidades no exterior.
"Essa página é uma forma de desmistificar a entrada nessas universidades grandes. A informação muitas vezes não chega às pessoas", avalia a jovem. A dica que Natália dá para os estudantes que sonham em estudar fora do país é persistir. 
"A gente só sonha com aquilo que a gente conhece. Essa história de que é coisa de gênio passar em grandes universidades não é verdade. São pessoas que tiveram oportunidades, muito estudo, muita dedicação, acreditaram, tentaram e conseguiram. Não quero dizer que seja algo fácil, mas é possível", incentiva a estudante.
 
*Estagiária sob supervisão da editora Ana Sá