Ao menos 24 entidades representativas do setor educacional criaram o projeto #EducaçãoMaisForte. O Manifesto pela Educação Brasileira ressalta a importância da união de todos durante a situação gerada pela pandemiapara encontrar soluções e atender os alunos de acordo com suas reais necessidades ou dificuldades.
O documento aponta como "preocupante" a tentativa de legislar sobre preços de mensalidades. "O que o setor precisa é de liberdade para encontrar soluções próprias de enfrentamento da crise pandêmica" é o lema. Acesse o manifesto no link.
Os impactos econômicos produzidos pela pandemia já estão refletindo na renda de boa parte dos alunos. Apesar de ser contra a legislação da redução de mensalidades, o setor não está fechado ao diálogo, caso precise atender alunos em situação delicada. Medidas alternativas, como o diferimento e o reparcelamento de mensalidade, são possibilidades.
“Essa discussão sobre descontos coletivos nas mensalidades é prejudicial ao futuro das instituições, além de ser injusta. Muitas vezes um aluno que precisa de mais de 30% de desconto pode ser prejudicado, enquanto há estudantes que não precisam de um desconto tão generoso”, pontua Celso Niskier, presidente da Associação Brasileira das Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES).
Para ele, as soluções individuais têm maior eficácia no setor. “Cada aluno ser atendido conforme a sua necessidade é melhor. Não queremos que se legisle sobre o preço das mensalidades. Essa é a defesa, pela livre iniciativa e união do setor em prol da superação dos desafios da Covid-19”, diz.
“Nós queremos mostrar à sociedade que estamos unidos no combate a Covid-19. Como setor, estamos fazendo a nossa parte, queremos mostrar para a sociedade que estamos unidos e fortes para construir uma educação que seja solução para o Brasil no futuro.”
No site da iniciativa, o texto defende: “O que o setor precisa é de liberdade para encontrar soluções próprias de enfrentamento da crise pandêmica. Unidos, vamos trabalhar em prol da saúde coletiva e do futuro da educação acessível e de qualidade. Vamos juntos vencer esse desafio mundial”.
Contraponto: presidente de associação cobra mais atenção do governo
Na opinião de Elizabeth Guedes, presidente da Associação Nacional das Universidades Particulares (ANUP), uma das entidades que assina o manifesto, o governo não tem demonstrado preocupação com o setor particular de ensino. Essa visão, porém, não integra o manifesto, sendo a análise de Elizabeth.
“Fala-se sobre hotéis, bares, companhias aéreas. Não estamos ouvindo falar sobre educação. E nós? Que temos 15 milhões de alunos, 1 milhão e 170 mil professores empregados, não houve nenhuma demissão no nosso setor. Perguntado, o governo nos disse que ‘Quem grita mais, e primeiro, ai consegue mais coisas’. Isso não é justo, né? É preciso que a educação grite?”, ressalta.
O setor passa por um período de incerteza e adaptação em meio à pressão de pais e alunos para redução de mensalidades. “Tá todo mundo interessado em todas as coisas, mas o que temos escutado sobre escolas particulares é diminuição de mensalidades. Por quê? Nossos professores estão ativos em aulas remotas, síncronas com o calendário acadêmico”, explica. Elizabeth ainda alerta para a ausência de planos para a educação infantil.
*Estagiária sob supervisão de Ana Sá