Na coletiva de imprensa, que apresentou os dados do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) de 2018, realizada nesta sexta-feira (4/10), o ministro da Educação, Abraham Weintraub, afirmou que o governo estuda ações para punir os estudantes com baixo desempenho no Enade.
De acordo com Weintraub, o resultado ruim do aluno influencia na avaliação dos cursos analisados pelo Enade e impede que o governo tenha um bom termômetro do ensino superior. "Hoje, não temos como punir pessoas que acertam menos de 20% da prova. A vontade seria essa. A pessoa que faz a prova e acerta 10% das questões não deveria se formar e receber o diploma;, afirmou.
O exame é obrigatório e quem falta ao Enade fica impedido de receber o diploma porque a legislação classifica a prova como um componente curricular. No entanto, de acordo com o ministro, não há nenhuma punição severa. ;Atrasa uns sete meses a colação. Dá mais trabalho não fazer o exame, do que fazer, mas um percentual faz de qualquer jeito. É ruim para a sociedade porque não temos um bom termômetro do ensino superior", justifica a ideia.
Segundo o presidente do Inep, Alexandre Lopes, o estudante que faltar o Enade precisa passar por um processo de regularização assim como uma pessoa que deixa de votar passa na Justiça Eleitoral. Para regularizar a situação, o estudante deve justificar a ausência perante a instituição na qual estuda ou ao Inep. Caso a justificativa não seja aceita, o aluno tem que esperar a próxima aplicação da prova.
Uma possível mudança citada na coletiva foi a divulgação dos melhores alunos por faixa de desempenho, já que é proibido divulgar a nota exata de cada estudante. "Queremos divulgar os alunos que tiveram os melhores resultados como uma forma de incentivo para que eles possam buscar ficar entre os melhores, colocar isso no currículo e buscar uma vaga de emprego", ressalta o presidente do Inep. A mudança seria feita no edital do ano que vem.
Apesar de estudar uma punição, Weintraub afirmou que "tudo vai ser feito no diálogo" e passará pelo Congresso. Dentre os 8821 cursos avaliados no Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) em 2018, apenas 492 tiraram nota máxima. ;Eu me preocupo com os dados, mas temos que avaliar a questão do incentivo para este aluno fazer o exame direito. O aluno pode chegar lá e fazer a prova como se não houvesse amanhã. Ele não tem nenhum incentivo individual para fazer a prova. Com isso, não temos como mensurar adequadamente se aquela instituição teve um bom desempenho de fato;, completou o ministro.