Estudantes do Distrito Federal iniciam esta semana enfrentando, mais uma vez, problemas no passe estudantil. Desde segunda-feira (2/9), alguns cartões apresentam a mensagem de bloqueado ou inválido, impossibilitando o acesso ao ônibus. Para não faltar aula, muitos precisaram tirar o valor da viagem do bolso ou voltar para casa sem aula.
A estudante Elisa Lopes, 17 anos, faltou ontem ao colégio e hoje, em função do problema. Ela mora no Varjão e precisa se deslocar até a Asa Norte para ter aula. Ela conta que, quando o cartão não passou pela primeira vez, ficou constrangida e, como não tinha dinheiro reserva, teve que descer do ônibus. "É muito ruim passar por isso. A gente fica envergonhado;, afirma. O problema em toda volta das férias, garante. ;Todo início de semestre é a mesma coisa, sempre dá esse problema", afirmou.
Posto de atendimento
O mesmo transtorno foi enfrentado pela estudante de direito Eduarda Letycia Sousa, 18. Ela chegou a ir ao posto de atendimento do DFtrans - extinto em julho deste ano -, que continua funcionando na Galeria dos Estados. No entanto, ainda não houve solução. "A atendente deu 24 horas para o meu problema ser solucionado, mas hoje, não ainda estava da mesma forma. Minha sorte é que eu tinha dinheiro para pagar a passagem e não precisei faltar aula. Mas são R$ 10 por dia que sai do meu orçamento sem planejamento", lamenta.
Eduarda contou que não é a primeira vez que ocorre o mesmo problema com ela. "Já passei por isso outras vezes e a gente nunca sabe o que, realmente, acontece. Toda vez é um novo chamado que abrem, mas nunca temos respostas", criticou a estudante.
Sônia de Araújo, 42, observa que, além do problema enfrentado pelos estudantes, a falta de atendente nos postos de atendimento também deveria ser solucionado com urgência. "É um gasto de material esses computadores sem gente. Poderiam aproveitar em outro lugar, outro órgão. É muito equipamento para pouco usou", disse a técnica em higiene bucal.
Ela acompanhou a filha para resolver o passe estudantil, que constava como inválido ao passar na catraca do ônibus. Elas moram em Taguatinga e a filha precisa pegar quatro ônibus para chegar à faculdade, em Ceilândia. "A sorte é que ela estava com dinheiro e não precisou descer do ônibus. Mas é chato a gente sair da nossa rotina para resolver um problema que acontece sempre."
Listas de frequência
Por meio de nota, a Secretaria de Transporte e Mobilidade (Semob) informou que os transtornos com o cartão do Passe Livre Estudantil foram pontuais e destacou que a lista de frequência dos alunos deve ser enviada mensalmente até o quinto dia útil do mês. "O problema ocorreu porque as instituições não encaminharam o nome de alguns alunos na lista de frequência ou enviaram após a data estipulada", diz o texto.
A pasta garante que o sistema já foi atualizado, nesta segunda-feira (2), conforme o recebimento das listas de frequência. A previsão é que, em até 24h, todos os validadores estejam atualizados.