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UNE abre seu 57º congresso na UnB

Estudantes de diversos cantos do país participam do evento. Abertura é no Centro Comunitário da UnB

Ana Isabel Mansur*
postado em 10/07/2019 19:49
Com expectativa de atrair mais de 10 mil pessoas, o 57; Congresso da União Nacional dos Estudantes (Conune) começou nesta quarta-feira (10) e segue até domingo (14). O lema do evento é "Na sala de aula é que se muda uma nação". A abertura ocorre no Centro Comunitário da Universidade de Brasília (UnB). Brigadistas estimam que há entre 1.500 e 1.600 participantes no local.
Cerca de 1 mil pessoas participam da abertura do evento
Estão na mesa de abertura do evento Marianna Dias (presidenta da UNE), Jessy Dayane (vice-presidenta da UNE), Mário Magno (secretário-geral da UNE), Pedro Gorki (presidente da União Brasileira dos Estudantes Secudaristas - UBES), Antônio Alves Neto (coordenador-geral da Federação de Sindicatos de Trabalhadores das Universidades Brasileiras - Fasubra Sindical), Clarice Menin (presidenta do Diretório Central dos Estudantes Honestino Guimarães - DCE/UnB), Reinaldo Centoducatte (presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior no Brasil - Andifes), Léo Bijos (secretário da Juventude do GDF), Antônio Rangel (presidente da Associação Brasileira dos Reitores das Universidades Estaduais e Municipais - Abruem), Antônio Gonçalves (presidente do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior - Andes), Flávia Calé (presidenta da Associação Nacional dos Pós-Graduandos - ANPG) e David Lobão (coordenador-geral do Sindicato dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica - Sinasefe).

Pedro Gorki, presidente da Ubes, se manifestou durante a abertura. "A gente pode perder título, sede, conta bancária, mas, enquanto houver estudantes dentro das escolas e universidades brasileiras, UNE e Ubes estarão vivas", afirma. "Que nos armemos com aquilo que querem nos tirar: sonhos e educação", defende.
[SAIBAMAIS]Estudantes de diversas frentes políticas, como União da Juventude Socialista (UJS), Juventude Revolução, Levante Popular da Juventude (LPJ), União da Juventude Comunista (UJC), Partido Comunista Brasileiro (PCB), União Estadual dos Estudantes (UEE) e Juventude do Partido dos Trabalhadores (JPT) estão no centro comunitário da UnB. Coordenados por alunos de artes cênicas da UnB, estudantes de diversos coletivos apresentaram uma intervenção com a temática "Mais livros, menos armas", com a leitura de um manifesto. Os presentes também fizeram um minuto de silêncio em homenagem ao jornalista Paulo Henrique Amorim, que morreu nesta quarta (10).
Antes da abertura, a delegação da UNE prestou homenagem com roda de capoeira a Moa do Katendê, compositor, educador e mestre de capoeira baiano que foi assassinado com 12 facadas após o primeiro turno das eleições do ano passado ; o ataque foi motivado por discussões políticas.
A mesa de abertura contou com representantes de várias entidades da educação
Mário Magno, secretário-geral da UNE"Bem vindas e bem vindos. Vamos para a luta! Que esse congresso inicie a virada dos trabalhadores e da esquerda contra o retrocesso e a retirada de direitos. Estamos encerrando um ciclo de muitas perdas. Prisão de Lula, assassinato de Marielle e tantos outros. Vamos iniciar um novo ciclo", exalta Jessy Dayane em sua fala de abertura.

Organização mobilizada

Mário Magno, 24, é secretário-geral da UNE e estudante da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab), do Ceará. "Cheguei há alguns dias para ajudar a organizar o congresso com estudantes de todo o país e construir um processo de mobilização dos estudantes por mais educação, mais emprego, por aposentadoria e também contra o governo de Bolsonaro e seus ataques", diz.

O objetivo do evento, ele explica, é mobilizar alunos e também eleger a nova direção da entidade. "O Conune mostra muito a esperança da juventude. Queremos cada vez mais que a educação seja um elemento importante da luta dos estudantes, por emancipação e transformação da sociedade, mas também pela luta por um outro país que não seja esse de retrocessos e ataque aos direitos", afirma. Segundo Mário, o congresso também é boa oportunidade para relembrar conquistas estudantes como as cotas, o ProUni (Programa Universidade para Todos) e o Fies (Financiamento Estudantil).

Participantes

A paraibana Raíssa de Carvalho é militante do movimento Levante Popular da Juventude

Há estudantes que vieram de longe para participar, como Raíssa de Carvalho, 19 anos. Ela estuda ciências sociais na Universidade Federal da Paraíba (UFPB), em João Pessoa, e é militante do Levante Popular da Juventude.

Mariely Barros, estudante de jornalismo na UFMS, enfrentou 15 horas de viagem de ônibus para chegar a Brasilia
Também é o caso de Mariely Barros, 20, estudante de jornalismo da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). Ela veio como delegada do Coletivo RUA (Juventude Anti-Capitalista) em caravana. "A viagem durou aproximadamente 15 horas", diz.
Bernadette Trigo, 60 anos, e Camila Trigo, acompanhada da amiga Bárbara: mãe e filha no Congresso da UNE
Tarsilas concorre à vice-presidência da UNE Bernadette Trigo, 60, Camila Trigo, 22, e Bárbara Ravenna, 29, são de Belo Horizonte e chegaram nesta quarta ao Conune. Bernadette e Camila são mãe e filha e vieram juntas participar do evento. Emocionada, Bernadette, que é professora aposentada da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e fez parte da reunião de estudantes que gerou a União da Juventude Socialista (UJS), conta que é muito significativo voltar ao congresso da UNE depois de tantos anos e mostrar à filha algumas das mesmas lutas que ela enfrentou, em 1984.

Camila é a segunda suplente da delegada da UFMG e faz parte da UJS desde o ano passado. Bárbara, que veio de caravana e chegou há pouco, é vice-presidenta da UJS-MG. Alunos de Brasília, como Bruno Zaidan, 25, também marcam presença. Ele cursa psicologia na UnB e é militante do movimento Juntos.

Tarsila Amoras é estudante da Universidade Federal do Pará (UFPA) e candidata à vice-presidência da UNE. "A chapa da oposição vem colocar uma alternativa para os estudantes", diz.
Isabel Costa é de Guiné-Bissau, mas mora em Brasília há 30 anos e também compareceu ao Centro Comunitário da UnB, com o intuito de vender artesanato. Os presentes também podem comprar livros na porta.
Isabel veio vender artesanato

*Estagiária sob a supervisão da subeditora Ana Paula Lisboa

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