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Estudantes, professores, funcionários e parlamentares se reúnem nesta terça-feira (7) para dar um abraço simbólico na Biblioteca Central da Universidade de Brasília (BCE). O ato é um protesto contra o anúncio de corte de cerca de 30% dos recursos destinados às universidades por parte do governo federal.
"Não vai ter corte, vai ter luta", bradaram os integrantes da corrente enquanto fechavam o abraço ao redor do prédio da BCE. Segundo os organizadores, o ato é um convite à paralisação nacional e uma demonstração pública de repúdio aos cortes.
Aderiram à iniciativa o deputado distrital Fábio Felix (Psol) e a deputada federal Erika Kokay (PT-DF). Estão presentes ainda os deputados distritais Chico Vigilante (PT) e Arlete Sampaio (PT), os deputados federais Marcelo Freixo (Psol-RJ) e Benedita da Silva (PT-RJ), e a presidente do Partido dos Trabalhadores, Gleisi Hoffmann, entre outros.
Aproximadamente 350 pessoas estão presentes, de acordo com Edmilson Lima, do Sindicato dos Trabalhadores da Fundação Universidade de Brasília (SintFub). Segundo ele, o ato tem o apoio do SintFub, da Associação dos Docentes da UnB (ADUnB) e de movimentos dos centros acadêmicos (CA). A manifestação foi organizada pelas redes sociais.
Em coro, os presentes repetiram a expressão "Ele não" diversas vezes. "A universidade não sobrevive com esse corte. Então, é muito importante que a sociedade se manifeste", defendeu o parlamentar Fábio Felix. Fábio Felix disse que o ministro da Educação é "absolutamente desinformado" e "não entende nada da educação brasileira".
A UnB informou que o corte na instituição deve chegar a 40%, o que comprometerá contas de água, luz, limpeza e segurança e compra de materiais de laboratório. No total, a perda pode chegar a R$ 48,5 milhões.
Clara Rocha, 24 anos, estudante do 6; semestre de letras-francês, e Rafaela Cristina da Silva, 21, do 5; semestre de letras-inglês, vieram participar do ato.
"Vim para poder saber mais sobre o que os parlamentares que me representam estão falando sobre o assunto", diz Clara. "Vão cortar não só o dinheiro, mas as ideias. É um corte mais significativo do que econômico", analisa.
"Quem vai sofrer mais (com os cortes) são os estudantes de menor poder aquisitivo", opina Rafaela. "O nosso ministro da educação enquadrou a UnB como uma universidade que promove muita balbúrdia, sendo que, nos últimos anos, a UnB vem subindo no ranking de melhores universidades", rebate. "Eu vim porque não quero ser o tipo de pessoa que só apoia algo, mas não faz nada a respeito", completa.
No fim do ato, parlamentares, professores, servidores e estudantes marcharam em direção à Reitoria. "Estamos, com apoio de parlamentares e reitores de outras instituições, apurando e tentando fazer com que o Ministério da Educação compreenda o papel da universidade no país", conta a reitora Márcia Abrahão Moura, e completa: "Nós já passamos por momentos difíceis na UnB com a questão orçamentária nos últimos dois anos. A nossa comunidade teve que fazer grandes sacrifícios e nós vamos lutar muito porque a universidade não merece mais menhum sacrifício".
Movimento nos institutos federais
Também pelas redes sociais, alunos de institutos federais têm se mobilizado contra os cortes na educação superior pública federal. Para esta terça-feira (7), às 15h, estudantes marcaram um tuitaço usando a hashtag #TiraAMãoDoMeuIF.
*Estagiária sob supervisão de Ana Sá