De acordo com Mauro Silva, diretor de políticas de educação de jovens e adultos da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi), a maioria dos parceiros inscritos nesta edição é das regiões Nordeste e Norte, onde os índices ainda são altos. Os passos seguintes à adesão são a formação de turmas, o treinamento final dos alfabetizadores e o início das aulas.
No programa Brasil Alfabetizado, que neste ano completa dez anos, os cursos de alfabetização têm duração de seis ou oito meses e devem ser ministrados em localidades próximas das moradias dos estudantes e em horários compatíveis com as demais atividades dos matriculados. Para que o aprendizado seja mais efetivo, são obrigatórias, no mínimo, dez horas de aula semanais.
Mauro Silva recomenda às secretarias de educação que tenham atenção especial na seleção de alfabetizadores, que é um item considerado importante no sucesso da alfabetização. As regras do programa preveem que a seleção seja por chamada pública, com prioridade para professores das redes públicas com, no mínimo, nível médio; estudantes de licenciaturas com experiência em alfabetização; educador popular com formação de nível médio.
A bolsa mensal para o alfabetizador com uma turma é de R$ 400,00; para atender duas turmas, R$ 600,00; intérprete da língua brasileira de sinais, R$ 600,00; alfabetizador de unidade prisional a bolsa é de R$ 500,00 para uma turma e de R$ 750,00 para duas turmas. Para o coordenador de turma, a bolsa mensal é de R$ 600,00 e a formação mínima exigida é nível superior, além de experiência em educação de jovens e adultos.
Público
O censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), realizado em 2010, mostra que, da população com 15 anos ou mais, 13,9 milhões são considerados analfabetos. Quando o IBGE mostra a estatística por sexo, os homens aparecem com 9,9% do índice e as mulheres com 9,3%. Na divisão territorial, o instituto aponta que a área rural é responsável por 23,18% da população analfabeta do país; a área urbana, por 7,28%.
Na divisão por faixa etária, os jovens também estão presentes nos índices: de 25 a 29 anos, eles são 4% e de 15 a 17 anos, 2,2%. Confira a tabela com todas as faixas etárias.
Idade | Porcentagem |
60 anos ou mais | 26,5% |
50 a 59 anos | 13,8% |
40 a 49 anos | 9,9% |
30 a 39 anos | 6,6% |
25 a 29 anos | 4,0% |
18 a 24 anos | 2,6% |
15 a 17 anos | 2,2% |
Entre as unidades da Federação, o IBGE registra os maiores índices de analfabetismo na região Nordeste, onde se destacam Alagoas com 24,32%, Piauí (22,93%), Paraíba (21,91%) e Maranhão (20,88%). Os menores índices estão no Distrito Federal (3,47%), Santa Catarina (4,15%), Rio de Janeiro (4,30%) e São Paulo (4,34%).