Jornal Correio Braziliense

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Como preparar os estudantes para empreender amanhã

Jovens de 20 estados vieram a capital federal esta semana e se mostraram prontos para encarar a vida empresarial. Em uma feira aberta ao público, cerca de 100 alunos de escolas técnicas, públicas e particulares, divididos em miniempresas, venderam produtos elaborados por eles mesmos e deram uma aula de inovação e criatividade. Nesta sexta-feira (7/12), após uma seleção que contou com 5,4 mil participantes, três ideias foram premiadas.

A iniciativa existe em 120 países, coordenada pela Junior Achievement, a mais antiga organização de educação prática em negócios do mundo. No Brasil, o projeto nasceu em 1994. Este, porém, é o primeiro ano da parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Os trabalhos desenvolvidos por estudantes do ensino médio, entre 14 e 17 anos, encantam pelo profissionalismo e pelo protagonismo empreendedor.

Mesmo as empresas que não subiram ao pódio hoje poderão continuar funcionando. Representantes das 20 melhores propostas, eleitas por uma comissão julgadora, participaram de 15 semanas de aulas teóricas e práticas sobre o mundo dos negócios. "Eles ficam ávidos por esse universo empresarial e aprendem que, sem honestidade, sucesso algum vale a pena", comentou a superintendente da Junior Achievement no Brasil, Wilma Araújo.

Entre os produtos expostos nos estandes montados na sede do Sebrae, na Asa Sul, havia bolsas e garrafas artesanais, capas para notebook e tablets, lixeiras ecológicas e luminárias feitas com anéis de lata. A maioria dos itens refletia o conceito de sustentabilidade. "Há a necessidade, cada vez maior, de preparar os alunos para enfrentar um novo mundo do trabalho", disse, durante discurso, o presidente do Sebrae, Luiz Barreto.

Discos de vinil estragados viraram pano de fundo para relógios nas mãos da equipe do estudante mineiro Gabriel Martins, 16 anos. Em dois meses, a miniempresa dele vendeu mais de 300 unidades do produto, resultando em lucro superior a R$ 5 mil. O valor referente a impostos será doado pelos jovens a uma instituição de caridade. "Aprendi que ter uma empresa provoca dor de cabeça, mas quando dá certo, é muito gratificante", afirmou Gabriel.

A miniempresa do Mato Grosso do Sul surpreendeu ao transformar pneus em puffs, com direito a estofado e rodas de silicone. A ideia foi um sucesso. "Numa empresa, tem que cumprir com as promessas", ensinava Camila Molina, 17, ao enumerar o que aprendeu com a experiência ao lado dos colegas Luiz Felipe Bernardes e Luana Vieira, ambos de 16 anos. Quem comprava o produto levava para casa uma cartilha mostrando como fazer igual.

Funcionária do Sebrae, Olga Lima visitou a feira e comprou um dos puffs made in Campo Grande para decorar a varanda do apartamento onde mora. "Muito legal os produtos serem artesanais, a garotada aprendeu direitinho", comentava ela. No estande de Pernambuco, Stephanie Araújo, 15, resumiu o sentimento dos colegas David Victor Chaves, 16, e Danúbia Assis, 17, responsáveis pela criação de chaveiros feitos a partir de peças de computador: "Quando se acredita, dá certo". A miniempresa do trio levou o segundo lugar.

Os premiados

1; lugar
Crioarte - Pará

2; lugar
Plate Design - Pernambuco

3; lugar
Conexão Lix - Amapá