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Estudos sugerem que crianças não são superdisseminadoras de covid-19

Pesquisas iniciais recomendam volta às aulas. Médicos avaliam que achados ainda são incipientes. Confira posições de Sinpro, Sinepe e Aspa sobre o retorno

Ana Paula Lisboa
postado em 15/05/2020 21:01 / atualizado em 14/09/2020 16:59
Volta às aulas deve ser planejada com bases científicas, defendem médicos e educadores 
 
volta às aulas está em fase de análise e planejamento por parte do Governo do Distrito Federal (GDF). Ainda não há uma definição oficial, mas a decisão da Justiça Federal que autoriza a reabertura de estabelecimentos em Brasília em blocos a cada 15 dias prevê que instituições de educação poderiam voltar a funcionar 45 dias após a liberação do primeiro bloco.

Da tabela presente no documento, “se extrai que a sequência de blocos se iniciaria pela ampliação de algumas atividades comerciais com atendimento ao público, mas que tem, em tese, uma menor possibilidade de gerar aglomerações, e finaliza com as atividades que envolvem uma maior aglomeração, como é o caso das atividades de exibição cinematográfica, dentre outras, e, por último, as escolas”, explica a decisão da juíza federal titular da 3ª Vara da Seção Judiciária do Distrito Federal Kátia Balbino de Carvalho Ferreira.

As datas e a organização do escalonamento ainda não foram divulgadas pelo GDF, que tenta recorrer da medida judicial, a fim de que o Poder Executivo tenha autonomia para deliberar sobre o assunto. Se o time de governador Ibaneis Rocha (MDB) não conseguir barrar a sentença, o dia 0 da retomada das atividades no DF seria na segunda-feira (18/5). Caso isso se mantenha, as escolas poderão ser reabertas na primeira semana de julho. 

O GDF apresentou recurso, argumentando que “cabe ao Executivo local e não ao Judiciário tomar decisões sobre as datas e condições de abertura das atividades comerciais”, mas a juíza Kátia Balbino de Carvalho ainda não respondeu. Novos achados científicos podem contribuir para uma decisão mais acertada com relação à volta às aulas. É preciso destacar, no entanto, que a ciência não é cravada em pedra e muda a cada instante. Ao longo do desenrolar da pandemia de covid-19, várias concepções médicas se alteraram à medida que os profissionais descobriram mais sobre a doença. 
  
Novos sintomas, formas mais adequadas de se prevenir e não contaminar outros estão em constante atualização. A literatura científica está mudando no que se refere também a crianças e jovens. Estudos sugerem que, diferentemente do que se pensava antes, além de serem menos predispostas a sofrerem efeitos graves de covid-19 quando infectadas, as crianças não são agentes superdisseminadores da doença.
 
Literatura científica sobre o novo coronavírus está em constante atualização e há mudanças com relação às crianças 

Crianças não são grandes vetores de contágio, defendem pesquisadores da Inglaterra

Entre os artigos que abordam o assunto, está o de dois pesquisadores baseados em Southampton, na Inglaterra. O trabalho de Alasdair P. S. Munro e Saul N. Faust critica o fato de a hipótese de que meninas e meninos assintomáticos poderiam ser potencialmente infecciosos para a comunidade tenha baseado decisões governamentais. “Com base nessa suposição, mas sem evidências, o fechamento das escolas foi implementado quase onipresentemente em todo o mundo para tentar impedir a propagação potencial da doença”, relata o artigo. 

O trabalho conclui que, “no momento, as crianças não aparentam ser superdisseminadoras do vírus”. No entanto, os estudos e testes existentes ainda podem ser incipientes. Desse modo, os pesquisadores admitem que as “políticas de intervenções envolvendo crianças terão de ser feitas com base no risco-benefício, com as evidências atuais disponíveis”. Por fim, o texto recomenda que “os governos em todo o mundo devem permitir que todas as crianças voltem à escola, independentemente de comorbidades”, uma vigilância de perto para garantir a segurança dessa decisão. 

“A covid-19 grave é tão rara quanto muitas outras síndromes graves de infecção em crianças que não fazem com que as escolas sejam fechadas. A avaliação de risco individualizada e a tomada de decisão pelos médicos devem ocorrer para aqueles considerados de risco excepcional (como imediatamente após o transplante de medula óssea) ou quando houver outros membros da família mais velhos em risco significativo”, conclui o documento.
 
Análise do Instituto de Pesquisa Infantil de Seattle defende volta às aulas 

Prejuízos educacionais

Artigo de Dimitri A. Christakis, do Instituto de Pesquisa Infantil de Seattle, na publicação acadêmica Jama Pediatrics, faz apelo a governantes mundiais para considerarem a abertura das escolas com base em evidências científicas e não em preferências políticas.  

O artigo pondera que vários grupos estão fazendo sacrifícios: “idosos em asilos ficaram sem visitas; muitos adultos tiveram de ficar sem trabalhar e sem sustento; milhões de crianças e adolescentes foram mantidos em casa, passando por uma transição abrupta para o ensino a distância, para a qual nenhuma criança, distrito escolar ou professor estava preparado adequadamente”. 

A decisão de fechar os colégios, explica Christakis, foi feita com base teórica, traçando paralelo com outras epidemias e como crianças respondiam a elas. Porém, a partir de análise feita entre a sexta e a oitava semanas após o fechamento da maior parte das escolas nos EUA, o Instituto de Pesquisa Infantil de Seattle reuniu novas evidências que podem apontar outro caminho. O pesquisador admite que as informações ainda são iniciais. “Por mais imperfeitos que esses dados sejam, eles podem servir de base para uma decisão crítica que muitos estados e distritos escolares tomarão em um futuro muito próximo”, diz o texto. 

O autor alerta para os riscos de atrasar a volta às aulas, especialmente entre os estudantes mais pobres. A perda de aprendizado tende a se agravar se a EAD (educação a distância) continuar. “Nenhum cientista credível, especialista em aprendizagem, professor ou pai ou mãe acredita que crianças de 5 a 10 anos possam se envolver significativamente no aprendizado on-line sem um envolvimento considerável dos pais, o que muitas famílias com baixa renda não conseguem oferecer porque os pais precisam trabalhar fora de casa”, argumenta o pesquisador. 

O estudioso faz um apelo para que se forme uma força-tarefa especializada para avaliar a retomada das aulas, incluindo epidemiologistas, especialistas em doenças infecciosas, cientistas da educação e psicólogos infantis. Esses experts devem avaliar “o real risco de transmissão entre crianças e suas famílias, bem como o que se sabe sobre a viabilidade do ensino a distância e as implicações psicológicas das crianças que continuam em casa”. 

“Usando todos os dados existentes e emergentes — ainda que incompletos — eles devem fazer suas recomendações mais bem informadas para ajudar os estados a tomar essa decisão crucial, com base na ciência e não na política, o mais rápido possível. Devemos isso aos nossos filhos. Daqui a alguns anos, quando refletirem sobre a pandemia, eles nos responsabilizarão”, alerta.

Interpretação médica

Ainda sem vacina e sem tratamento efetivo, coronavírus deve ser combatido com a previençãoA pedido do Eu, Estudante, médicos e educadores leram ambos os artigos para poder analisá-los. “Existe o pressuposto de achar que a criança é o portador que vai espalhar o vírus para outras populações. Esses dois artigos não corroboram isso, pelo contrário. Em primeiro lugar, a criança não teria essa capacidade de infectar adultos, elas que seriam infectadas pelos adultos. Em segundo lugar, a quantidade de assintomáticas não seria importante para disseminar a doença”, afirma Hemerson Luz, médico com experiência em operações humanitárias e desastres no Brasil e no exterior.

“É uma doença que está sob constante estudo, com alterações de protocolo. Por enquanto, temos de manter o distanciamento social como regra. Os estudos são iniciais, de outros países… Então, ainda estamos num terreno incerto”, alerta. No entanto, a literatura científica aponta para uma mudança com relação ao grupo infantil. “Imaginava-se que as crianças teriam síndrome respiratória alta, e chegou-se à conclusão de que elas não são tão responsáveis por essa transmissão, além de não serem tão vulneráveis”, diz.

“Crianças abaixo de 10 anos sem comorbidades têm uma taxa de letalidade considerada zero”, explica o médico. À luz dessas conclusões, a definição da volta às aulas poderia ser uma medida tomada pelo GDF. A reabertura dos colégios não afeta só crianças, mas também adolescentes. Sobre esse grupo, Hemerson observa que é uma faixa etária com letalidade baixa e que tem mais noção para seguir as medidas preventivas de distanciamento. 

Análise: não há evidências robustas

José Davi Urbaez, diretor científico da Sociedade de Infectologia do Distrito Federal, pondera que levantamentos sobre a transmissão e os efeitos da pandemia na população de crianças, como o do Instituto de Pesquisa Infantil de Seattle, o dos estudiosos da Inglaterra, entre outros, devem ser interpretados com muita cautela. “Até agora, a evidência que foi construída é muito pouco significativa”, alerta. 

O médico infectologista José Davi Urbaez“Já se passou um tempo no qual as crianças estão em casa, com todos os prejuízos que isso acarreta no desenvolvimento escolar, na dinâmica das famílias. O desafio é saber se é possível afirmar que a volta às aulas seria segura”, afirma. O tempo de isolamento entre meninos e meninas acabou trazendo uma dificuldade metodológica. “Uma das primeiras medidas em todo o mundo foi o fechamento de escolas. Isso impede, de alguma forma, verificar como é o desenvolvimento epidemiológico da covid-19 entre crianças”, diz.

O médico infectologista observa que, se as evidências vindas da China com relação à doença estiverem corretas, existe a possibilidade de que crianças sejam menos suscetíveis ao coronavírus. No entanto, há risco de que elas tenham tido menos resultados positivos para a doença pela dificuldade de aplicar os testes em crianças. “No momento, a reflexão de ambos os artigos é que não há evidências muito robustas.” 

Erros de cálculo podem custar vidas

José David Urbaez avalia como racional a proposta de retomar as aulas mantendo no horizonte a estruturação de um sistema de vigilância, epidemiológica com testagem contínua dessa população. Assim, seria possível verificar o comportamento da doença entre crianças na escola e tomar medidas imediatas em caso de problemas. No entanto, o médico ressalta que isso um risco. 

“Mesmo se as crianças não forem superdisseminadoras, o fato de manter uma grande população de crianças em aglomeração, como ocorre nas escolas, poderia causar um fenômeno de propagação muito grande, talvez sem grandes consequências para a população infantil, mas com consequências para as pessoas que convivem com elas”, alerta.

“Caso se confirme que a circulação do vírus é de fato pequena e que as crianças não são vetores de transmissão para a população de risco (por exemplo, adultos com comorbidades e idosos), aí tudo bem, aí é possível ficar tranquilo em manter o calendário escolar, implementando medidas de controle e vigilância epidemiológica”, diz.

No entanto, os indícios nesse sentido ainda são incipientes. “Se nós formos apostar em retomar o calendário escolar para testar essa hipótese, há muitos riscos. É preciso lembrar que o coronavírus não tem vacina, nem tratamento, e qualquer deslize nos cálculos pode custar muitas vidas”, avisa.

Para o Sinpro, escolas pública estão despreparadas

Rosilene Corrêa Lima, diretora do Sindicato dos Professores do Distrito Federal (Sinpro-DF), faz o mesmo alerta que os médicos consultados pela reportagem: ainda não há descobertas científicas robustas que garantam a certeza de segurança da volta às aulas. “Os textos deixam claro o desconhecido que existe ao se falar de covid-19. Estamos falando de algo novo, e há muitas suposições.” 

A diretora do Sinpro-DF Rosilene Lima Corrêa
 
Com relação ao artigo do pesquisador do Instituto de Pesquisa Infantil de Seattle, que chama a atenção para os riscos das decisões tomadas agora, pois a sociedade fará cobranças sobre isso no futuro, a professora avalia que “é melhor pecar pelo excesso de cuidado do que correr riscos.” O fato de não haver um estudo conclusivo que prove que as crianças são menos vulneráveis e que elas não são superdisseminadoras, defende Rosilene, não provê condições de volta às aulas.

“Como educadora, eu posso afirmar que as escolas, especialmente as públicas, infelizmente não têm como cumprir os cuidados e regras necessários para um retorno seguro. É muito alto o preço a pagar por arriscar e gerar uma situação muito mais incontrolável”, afirma. A educadora avalia que a defesa da retomada escolar, por vezes, não tem em mente o bem dos estudantes, mas outros interesses.

“Quando se fala em educação, não tem só a pública, tem a privada também. O ensino particular é um produto, que é vendido. Assim como as grandes fábricas estão preocupadas porque não estão produzindo e ficam sem caixa, as escolas particulares também estão preocupadas”, compara. “Isso é preocupante. Eu tenho uma desconfiança muito grande quando naturalizam-se coisas desconhecidas, tão graves e que matam tanta gente. Creio que todo o cuidado é necessário”, argumenta.

A visão do sindicato das escolas particulares

A advogada e especialista em gestão educacional Ana Elisa Dumont, vice-presidente do Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Distrito Federal (Sinepe-DF), concorda que os estudos sobre o assunto ainda são iniciais. “Eles não são especulações, mas ainda estão novinhos. Caso se comprove mesmo que a criança tem baixa transmissão e que isso não causa perigo a ela, aí sim fará diferença”, diz.

Ana Elisa Dumont é vice-presidente do Sinepe-DF“O Sinepe defende que os governos precisam de bases científicas — não de inferências desinformadas, nem de interferências políticas — para tomar decisões”, informa. “O comércio voltando, as famílias precisam de um local para que as crianças fiquem. Em muitos locais do DF, a escola é o lugar mais seguro para elas, quando se fala em cuidados e alimentação”, diz. “Tem pais que pode não se sentir seguro deixando as crianças retornarem e tenha condições de ficar com elas, e defendemos que eles tenham essa opção. Mas tem outros pais que precisam da escola como um lugar de cuidado”, afirma. 

Ela pondera ainda que, em muitas regiões administrativas, o comércio não parou de fato. “Mas o comércio voltando oficialmente, fica praticamente vinculado o retorno das escolas porque os pais precisarão ter onde deixar os filhos. As próprias crianças também precisam disso, elas precisam correr, socializar… E, hoje em dia, as pessoas moram em espaços cada vez menores”, argumenta.

Existe uma obrigatoriedade constitucional de que crianças acima de 4 anos frequentem a escola. Em vez do retorno total, de uma vez, Ana Elisa sugere a volta aos poucos, com percentuais dentro de cada turma regressando à escola. O Sinepe-DF propõe que a volta às aulas seja feita gradualmente por faixa etária, dos menores para os maiores, ou seja, deveriam retornar primeiro os alunos da educação infantil. 

Com esse retorno ocorrendo aos poucos, fica mais fácil monitorar. Ana Elisa diz que as escolas já são bastante fiscalizadas por vários órgãos, mas, se for o caso, propõe que elas sejam fiscalizadas pela Vigilância Sanitária se isso der a elas a permissão para poder funcionar. Ela menciona que alguns países — caso de Dinamarca, Noruega, Holanda, França e Suíça — optaram por seguir o modelo sugerido pelo Sinepe, deixando voltar às aulas primeiro os alunos mais novos.
 

Associação de pais não vê condições de retorno

Ainda não há achados científicos totalmente conclusivos sobre crianças e coronavírus; então, medidas de distanciamento continuam válidasEm nota, a Associação de Pais e Alunos das Instituições de Ensino do Distrito Federal (Aspa-DF) cita a falta de evidências que garantam uma reabertura segura das escolas. “Reafirmamos que esta associação não analisará e tampouco apoiará propostas de retorno às aulas, sem que estejam fundamentadas em normas de segurança sanitárias e que sejam chanceladas e garantidas pelas autoridades governamentais. Nesse sentido, informamos que, até o presente momento, não há qualquer garantia de que o retorno às atividades escolares é plenamente seguro”, afirma o texto.

“Nenhum dos questionamentos lançados por esta associação sobre a preparação das escolas públicas e privadas para o retorno às aulas foi respondido. Dessa forma, temos que cobrar com total prioridade a elaboração de medidas que tenham por objetivo resguardar os alunos em situação de risco, pessoal e/ou interfamiliar, que não puderem retornar ao ambiente escolar, seja por questões sanitárias ou por alguma situação de risco no ambiente familiar. Esses alunos não podem ser prejudicados por faltas”, continua a nota.
 

Cuidados na reabertura

Para garantir que os funcionários das escolas não contaminem os estudantes, é necessário testar esses trabalhadores, recomenda o médico Hemerson Luz. Outros cuidados poderiam incluir medição de temperatura na entrada dos colégios. Com relação à proposta da GDF de diminuir o tamanho das turmas, por exemplo, mantendo metade dos estudantes em casa e metade nas salas de aula a cada semana, o médico Hemerson Luz acredita que essa é uma boa estratégia para diminuir a aglomeração e os riscos.

Nas escolas, é importante manter a distância de 1,5m entre um aluno e outro, que garante possibilidade maior de não transmitir o vírus. As condições de higiene e as medidas preventivas devem ser reforçadas de modo mais rigoroso nas turmas de alunos mais novos e nas creches, em que há menos possibilidade de controle das crianças. De acordo com Hemerson, a realização de provas, vestibulares, concursos e o próprio Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) exigirá também medidas rigorosas de controle de entrada e distanciamento.
 
Sala de aula em escola de ensino fundamental reaberta em Mulhouse, na França 
 
Na avaliação do médico, o Distrito Federal está numa situação em que é possível discutir uma possível volta às aulas pelo contexto do sistema de saúde local, que não está saturado. O que não é realidade em todos os lugares do país. Hemerson reforça a necessidade de a decisão sobre a volta às aulas ocorrer com base em fatos científicos. “Não é interesse do sistema de saúde ter crianças doentes. Essa definição deve ser tomada com a assessoria de especialistas que garantirão a segurança desse retorno, mesmo sabendo que as crianças não são grupo de risco”, aconselha. 

Questionada sobre se as escolas particulares do DF estão preparadas para seguir cuidados como afastar as cadeiras 1,5m umas das outras e instalar medição de temperatura na entrada dos colégios, Ana Elisa Dumont, vice-presidente do Sinepe-DF, informa que a maioria delas têm, mas ela não pode responder pelas unidades de ensino que não são filiadas ao Sinepe-DF. 

Das cerca de 580 escolas particulares, cerca de 180 são representadas pelo sindicato. A diretora da escola Casa de Brinquedos, em Taguatinga, sugere que cases de sucesso internacionais e internos, como o caso do Rio Grande do Sul, podem servir de modelo para o DF com relação à retomada das atividades, fazendo adaptações para a realidade local. 

Nas escolas públicas, Rosilene Corrêa Lima, diretora do Sinpro-DF, vê poucas condições de seguir os protocolos de saúde. Para além dos cuidados físicos, Rosilene defende que é preciso pensar também na saúde mental dos estudantes. “Será que em casa elas não estão convivendo com alguém doente, um vizinho, amigo? Que condições emocionais essa criança terá de ir à escola e se concentrar em suas atividades", questiona. “Algumas crianças retornarão para a escola já sem mãe, sem pai, sem irmão, sem um vizinho…”

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